Reflexão sobre iniciação sexual e maternidade/paternidade no contexto de um projeto de vida. Autoria: Educação&Participação
Proposta de reflexão sobre a importância do senso crítico e da responsabilidade na decisão da iniciação sexual.
Para encontros presenciais ou remotos*: Computadores, notebooks, tablets ou celulares com acesso à internet, duas caixas, tiras de papel, canetas.
Desenvolver consciência sobre o papel da sexualidade e o significado de maternidade/paternidade no contexto de um projeto de vida.
Cuidar do seu corpo e ter autonomia de decisão sobre sua vida.
Adolescentes
Sala de aula, sala de atividades, biblioteca, centro cultural, ou ambiente on-line.
2 encontros de 1h30min cada.
*Em razão do cenário atual de ensino remoto para o combate à pandemia, fizemos observações para apoiar os(as) educadores a desenvolver esta proposta tanto em ambiente virtual como presencialmente.
Início de conversa
Segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2015, no Brasil, 34,5% dos estudantes de 13 a 15 anos, do sexo masculino, já tiveram relação sexual alguma vez, enquanto, entre as meninas da mesma idade o percentual era de 19,3%.
Um estudo do Ministério da Saúde sobre o comportamento sexual no Brasil realizado com 8 mil pessoas em 2009 mostrou que 35,4% dos(as) brasileiros(as) fizeram sexo antes dos 15 anos de idade. A mesma pesquisa traz outro dado alarmante: 39,1% da população entre 15 e 24 anos não usou preservativo na primeira relação sexual.
No Censo de 2010*, apurou-se que a faixa de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos de idade, concentram, respectivamente, 17,7% e 27,0% da taxa de fecundidade do país. Esse quadro, que em grande parte é o reflexo de comportamentos de sexo desprotegido, encontra reforço na feminização da epidemia de Aids, mais presente entre as mulheres mais jovens.
*O próximo Censo está previsto para acontecer em 2022, atrasado em dois anos em decorrência da Pandemia de Covid-19 e do corte de verbas previstas para a operação.
Dados do Ministério da Saúde indicam que 170 mil casos notificados de Aids no Brasil correspondem a portadores de 13 a 19 anos de idade. O número equivale a 30% dos casos notificados de Aids no país, em todas as faixas etárias. Além disso, a gestação na infância e adolescência tem como um de seus efeitos a evasão escolar. De acordo com a pesquisa Cenário da Exclusão Escolar no Brasil (UNICEF/CENPEC, 2021), mais de 4 mil das meninas entre 6 a 10 anos e mais de 71 mil entre 15 e 17 anos não frequentavam a escola em 2019 por motivo de gravidez.
Que educador pode ficar alheio a esse quadro alarmante? Olhando esses dados, é impossível que não nos perguntemos qual é nosso papel e a nossa responsabilidade nesse cenário. Se é fato que as novas gerações estão começando a sua vida sexual cada vez mais cedo, muitas vezes sem proteção e até mesmo sofrendo violência sexual, e estão por isso sujeitos à maternidade /paternidade precoce e à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), alguma coisa tem de ser feita. E sabemos que é só pela educação que podemos mudar tal situação. Cabe a nós, na família, na escola, na ONG, proporcionar informações e momentos de reflexão ao jovem, em relação ao seu projeto de vida:
O que eu quero para o meu futuro? Como será minha vida daqui a alguns anos?”
Ter claro o projeto de vida ajuda a pensar em curto, médio e longo prazo, e a compreender a importância de prevenir uma gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis, na busca da realização de seu projeto. A maternidade/paternidade precoce exige adiamento e, muitas vezes, renúncias desses projetos.
É igualmente importante discutir as responsabilidades da maternidade/paternidade para com os filhos gerados, o que exige independência financeira para garantir sua sobrevivência e maturidade psicológica e afetiva para prover a eles o desenvolvimento saudável a que têm direito.
Na prática
Primeiro encontro: Colocando o assunto em pauta
Este é um assunto delicado, mas que precisa entrar na roda dos(das) adolescentes. Comece dizendo isso mesmo e pergunte se têm conhecidos que se tornaram recentemente papais e mamães. Qual seria a idade deles? Se trouxerem em pauta a maternidade/paternidade de adolescentes como eles, peça para contarem um pouco como o casal está vivendo e se sentindo após o nascimento do bebê: alegrias, desafios, dificuldades.
Depois de alguns depoimentos, coloque duas caixas, de cores diferentes, na roda, e diga que na primeira eles irão colocar três filipetas, com três motivos (um em cada filipeta) que julgam serem mais frequentes para se tomar a decisão de iniciar a vida sexual e, na segunda caixa, três filipetas, com três motivos (um em cada filipeta) considerados por eles mais frequentes para não se iniciar.
No ambiente remoto: você pode usar uma ferramenta de interação on-line como o Padlet para os(as) participantes registrarem e compartilharem suas ideias. A sugestão é criar duas apresentações: uma para cada uma das perguntas. Veja o exemplo a seguir:
Oriente para que façam uma coisa por vez; quando todos tiverem escrito os motivos para se iniciar a vida sexual, passem aos motivos para não iniciar ainda.
A seguir, peça que formem grupos de três ou quatro adolescentes e passe as duas caixas para que cada grupo tire três filipetas de cada uma delas e proponha que discutam os motivos expostos a favor de se assumir ter ou não ter relações sexuais, emitindo suas opiniões a respeito de tais motivos.
E se algumas das filipetas retiradas tenham sido produzidas por um dos participantes? Não há problema, cada um pode assumir ou não a autoria, o importante é que se sintam à vontade para conversarem no grupo.
No ambiente remoto: forme os grupos e peça que leiam todas as respostas das duas apresentações e reflitam sobre os motivos expostos pelos(as) colegas.
Deixe-os discutir por uns 30 minutos e abra a roda para que socializem as reflexões dos grupos. É importante que a opinião de todos seja respeitada.
A seguir, distribua na roda alguns registros de casos reais de adolescentes que trazem dúvidas, curiosidades e receios antes da primeira relação sexual e lendo um a um dos casos, peça para se manifestarem se concordam ou não com eles e por quê. (ver anexo).
Se houver discordâncias, elas deverão ser debatidas no coletivo de forma respeitosa. Não se pretende chegar a uma conclusão, mas promover o diálogo respeitoso e a reflexão sobre o tema. Para isso, é importante que justifiquem os motivos favoráveis ou contrários à decisão de se ter ou não ter relação sexual nessa etapa da vida.
Avise que na continuidade da oficina você projetará um filme sobre adolescentes como eles(as), que traz as mesmas dúvidas e angústias. É o filme nacional Desenrola, lançado em 2011.
Avise que na continuidade da oficina você projetará um filme sobre adolescentes como eles, que tem as mesmas dúvidas e angústias. É um filme nacional, lançado em 2011, que se chama “Desenrola”. Veja sinopse do filme aqui.
Há também o filme As melhores coisas do mundo, lançado em 2010, da diretora Laís Bodanzky, com os atores Paulinho Vilhena, Caio Blat, Denise Fraga, Zé Carlos Machado e participação do cantor Fiuk, que pode ser visto e comentado na oficina. Veja o trailer do filme a seguir:
2º encontro: Desenrola (assistindo e debatendo o filme).
Retome com as discussões já realizadas sobre o assunto na oficina, orientando-os(as) a assistir ao filme tendo tais discussões como pano de fundo. Após a projeção, forme grupos para debater:
a relação de Priscila com Rafa;
a relação de Priscila com Caco;
a relação de Priscila com Boca;
os depoimentos das meninas para a pesquisa sobre a virgindade;
o uso próprio e impróprio do celular;
a gravidez de Tisi, irmã do Rafa.
Não há respostas certas nem conclusões, mas é importante que, em suas reflexões, os adolescentes manifestem atitudes que representem a valorização do seu corpo e o respeito para consigo e para com o outro.
Hora de avaliar
Ao final do debate sobre o filme Desenrola, peça para cada um(a) escrever uma frase sobre o que pensa, agora, sobre a iniciação sexual e mande uma mensagem para os colegas. Cada um lerá suas reflexões e mensagens.
Para ampliar
Os jovens podem ser estimulados a formar grupos de discussão, com a participação de educadores(as) para discutir questões próprias de seu universo.
Nessa formação, eles(as) devem ter protagonismo, desde sobre a forma de funcionar dos grupos e sua periodicidade, até sobre os temas a serem debatidos e os(as)especialistas que gostariam de convidar para aprofundar os debates.
Seria interessante rodiziar os locais de reunião, dando oportunidade para mais adolescentes participarem.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) da comunidade pode ser uma excelente parceira, contribuindo com o seu pessoal técnico, sua experiência e equipamentos.
A participação de uma universidade também é muito bem-vinda ao projeto, pois além de dar consistência aos debates pode promover um fluxo de comunicação com os(as) adolescentes, abrindo a possibilidade para eles(as) conhecerem e usufruírem das oportunidades que essa instituição oferece.
Os(as) educadores(as) sociais e os(as) professores(as) poderão organizar um ciclo aberto de cinema com filmes sobre questões da juventude e convidar, a cada dia, um especialista para discutir o tema com os(as) adolescentes.
Para aprofundar
UNESCO Brasil. Juventude e sexualidade. Org. Miriam Abramovay, Mary Garcia Castro e Lorena Bernadete da Silva. Brasília, 2004.
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