Organização da sociedade civil e escola pública

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Organização da sociedade civil e escola pública

Uma parceria que transforma

Por que fazer parcerias entre escolas públicas e organizações da sociedade civil (OSCs)? O que buscar nessas parcerias, o que se espera delas, o que cada parceiro pode oferecer? Como utilizar as potencialidades do território para estabelecer uma parceria? Como iniciar o diálogo? De que maneira as parcerias auxiliam na efetivação de políticas públicas de educação integral?

Com o destaque que as parcerias entre OSCs e escolas vêm ganhando em virtude da ampliação das propostas de educação integral no Brasil, sobretudo com o Programa Mais Educação (2007), a publicação Organização da sociedade civil e escola pública: uma parceria que transforma, iniciativa da Fundação Itaú Social e do Unicef com coordenação técnica do Cenpec, aborda essas e outras questões com base em uma série de experiências exitosas que participaram das últimas edições do Prêmio Itaú-Unicef. Dessa maneira, traça um verdadeiro guia, no qual OSCs e escolas públicas podem se inspirar para criar ou fortalecer seus vínculos, de acordo com a realidade local. “Em grande parte dos municípios”, diz a obra, “as parcerias são condição essencial para que a educação integral se concretize”.

De autoria de Beatriz Lomonaco e Izabel Brunsizian, com colaboração de diferentes articulistas e especialistas, a publicação de 144 páginas tem coordenação de Camila Feldberg Macedo Pinto e Nazira Arbache, artigos de Dirce Koga, Domingos Armani, Rosa Vani Pereira e a proposta de “dar visibilidade a experiências que transformam possíveis situações de risco em situações de aprendizagem e de garantia de direitos”.

A obra é dividida em quatro partes. Na introdução, discutem-se o conceito de parceria e as diferenças entre ele e os de apoio e patrocínio. No capítulo 1, são trazidas experiências de como OSCs e escolas se aproximaram e iniciaram o diálogo para, então, pensarem em um trabalho conjunto. O segundo capítulo analisa as relações entre as parcerias e o território onde se inserem e aborda situações em que o próprio território foi o catalisador da aproximação entre OSC e escola. Finalmente, o capítulo 3 introduz trabalhos conjuntos que, interferindo no processo educacional, favorecem novas aprendizagens a crianças, adolescentes e jovens. Complementam a publicação 11 oficinas e uma bibliografia com sites de interesse e obras de referência.

Organização da sociedade civil e escola pública: uma parceria que transforma é o resultado de um acompanhamento realizado ao longo dos anos de 2014 e 2015. Sua semente foi o projeto de Assessoria às 32 Organizações Finalistas e Escolas Parceiras da 10ª edição do Prêmio Itaú-Unicef (2013-2014), iniciado em 2014. No decorrer de 2015, procurou-se identificar quais parcerias prosseguiram, e outras foram incluídas pelo destaque que tiveram nas últimas edições do Prêmio, ainda que não tivessem participado do grupo de assessoria. Finalmente, visitas técnicas, entrevistas e análises de registros possibilitaram um rico material, que, nesta obra, trazem relatos de parcerias das cinco regiões do País. São elas:

  • Centro de Promoção e Assistência Social Ana Bernardina (Cepas) e Escola Municipal Herbert José de Souza, de Belo Horizonte (MG);
  • Associação Olhos de Águia e Escola Estadual Ivan Brasil, de Guararema (SP);
  • Centro de Atendimento Especial à Criança e ao Adolescente de Paranavaí (Cecap) e Escola Municipal Getúlio Vargas, de Paranavaí (PR);
  • Verde Cidadania – Casa Escola e Escola Municipal Parque da Mangueira, de Paraty (RJ);
  • Associação para o Desenvolvimento Integrado e Sustentável (Adeis) e Escola Municipal Dom Adalberto Marzzi, de Manaus (AM);
  • Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e Escola Estadual Dom Bosco, de Corumbá (MS);
  • Associação de Voluntários Herdeiros do Futuro e Colégio Estadual Santa Terezinha, de Curitibanos (SC);
  • Fundação Gol de Letra e Escola Municipal de Ensino Fundamental João Ramos Pernambucano Abolicionista, de São Paulo (SP);
  • Diocese de Santarém e Escola Municipal Ecila Nobre dos Santos, de Santarém (PA);
  • Conselho de Pais de Campos Sales e Escola Infantil e Fundamental José Augusto Sobrinho, de Campos Sales (CE);
  • Instituição de Incentivo à Criança e ao Adolescente de Mogi Mirim (ICA) e Escola Municipal de Educação Básica Dona Sinhazinha, de Mogi Mirim (SP);
  • Centro de Documentação e Comunicação Popular (Cecop), de Currais Novos (RN) e as escolas: Escola Municipal Professor Humberto Gama (Currais Novos/RN), Escola Municipal São Francisco de Assis (comunidade quilombola, Currais Novos/RN), Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcante (Natal/RN) e Escola Estadual Teônia Amaral (Florânia/RN).

“Tais relatos”, diz o texto, “mostram o trabalho cotidiano, que, apesar de desafiante, é sempre inspirador”.

Esta publicação foi disponibilizada originalmente na Plataforma Educação&Participação, parceria CENPEC e Fundação Itaú Cultural.