Os 100 dias de Bolsonaro na educação

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Os 100 dias de Bolsonaro na educação

Programa Panorama, da TV Cultura, contou com a presença de Anna Helena Altenfelder, do CENPEC, e de outros especialistas em educação para discutir a atuação do governo na área

Entre 8 e 12 de abril, o programa Panorama, da TV Cultura, exibiu especiais sobre os 100 dias de mandato do presidente Jair Bolsonaro. A cada edição, convidados analisaram um aspecto diferente do governo.

Na última quarta-feira (10/04), o tema foi educação e contou com a presença de Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária; Inês Kisil Miskalo, gerente-executiva de educação do Instituto Ayrton Senna; e Olavo Nogueira Filho, diretor de políticas educacionais do Todos pela Educação. Assista ao vídeo.

Polêmicas e recuos

O programa destacou as principais polêmicas envolvendo a gestão do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, substituído na última segunda-feira (08) por Abraham Weintraub, como a recomendação de gravar estudantes cantando o Hino Nacional, o comentário sobre o comportamento dos brasileiros no exterior, a proposta de revisar os livros didáticos no que diz respeito ao regime militar e as exonerações.

Na avaliação dos especialistas, os primeiros 100 dias na educação foram marcados por inatividade do ministério e por disputas internas que paralisaram a pasta. “O que mais chama a atenção é exatamente o clima de insegurança (…) e a falta de acontecimentos concretos, objetivos, que possibilitassem as políticas de educação caminharem”, comentou Anna Helena Altenfelder, do CENPEC.

Para Olavo Nogueira Filho, “são 100 dias sem Ministério da Educação”. O especialista do Todos pela Educação destacou o cenário preocupante de disputas internas que marcaram o período e que não permitiram o avanço de pautas prioritárias para a área. Entre essas prioridades, encontram-se, por exemplo, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Plano Nacional de Educação (PNE).

Reação da sociedade civil

Um dos pontos destacados por Inês Miskalo foi a reação da sociedade civil. Para a representante do Instituto Ayrton Senna, houve uma reação para enfrentar os problemas de gestão no Ministério da Educação (MEC) e marcar posicionamentos inclusive contrários ao do próprio ministério atual. “Isso é uma coisa muito interessante em um país em que a educação não tem o valor que vemos em outros locais (…). O MEC vai fechando pensamentos, ideologias e diálogos, e a sociedade vem propondo abertura para trabalhar com a diversidade.”

Para Anna Helena Altenfelder, aguarda-se qual será a equipe montada sob a direção de Weintraub: “Temos que pensar que esses dias 100 parados (…) são [algo] grave. Havia, sim, uma expectativa de que a escolha recaísse sobre o nome de uma pessoa que tivesse um conhecimento das principais políticas públicas de educação, dos desafios (…). Ao que parece, não é o caso. Nós temos agora uma expectativa sobre a equipe que vai assessorar o ministro para o desenvolvimento das políticas”.

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