A crise da formação de professores

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A crise da formação de professores

Em entrevista à Fapesp, pesquisadora Bernardete Gatti destrincha os problemas e caminhos possíveis para melhoria da formação de educadores

Divulgada na edição nº 267 da revista Pesquisa (Fapesp), a entrevista com a alfabetizadora Bernardete Gatti expõe obstáculos e desafios enfrentados na formação de novos educadores.

Desde 1971, a pesquisadora coordena estudos pioneiros sobre a formação de professores no Brasil e é presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo (CEE) desde 2016.

Gatti é especializada em construir mapeamentos por meio de estatísticas e dados. Trabalha como coordenadora da pesquisa vinculada à PUC-SP e à UNESCO nas atualizações da edição do  livro Professores do Brasil: Impasses e desafios, publicado originalmente em 2009.

Além dos dados, atualizaremos a parte dedicada a avaliar as políticas de educação implementadas nos últimos 10 anos.”

Bernardete Gatti

Por uma reformulação dos currículos de licenciatura

Para garantir uma formação sólida, a alfabetizadora defende que todas as licenciaturas tenham um projeto político e pedagógico próprio. Gatti ressalta que aprender psicologia do desenvolvimento, sociologia, história da educação e metodologias de ensino são requisitos para preparar professores para a sala de aula.

Bernardete Gatti chama a atenção para a falha na preparação dos professores de cursos de  licenciatura. Segundo a pesquisadora, a formação pedagógica genérica aprendida no ambiente acadêmico deve ser reformulada – discussão que já acontece no Conselho Nacional de Educação (CNE) desde 2011.

Não estou culpando os professores, mas a formação que eles recebem no ensino superior reflete no seu trabalho na educação básica. Politicamente, essa discussão de currículo nunca foi levada muito a sério.”

Bernardete Gatti

Bernardete ainda comenta sobre os aspectos conservadores de modelos pedagógicos, as  abordagens inovadoras para rede pública, a baixa remuneração dos professores e sua trajetória profissional, desde o início de sua carreira até os motivos que a fizeram continuar na defesa da educação.

Confira a entrevista