A forma freiriana de aprender

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A forma freiriana de aprender

Ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro defende a prática freiriana de ligar educação e vivências do aluno

Em coluna transmitida pela Rádio USP, Renato Janine Ribeiro comenta a importância do legado de Paulo Freire. Para o ex-ministro da Educação e professor de ética e filosofia política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), a ligação freiriana entre educação e o cotidiano do aluno é tão óbvia que não faz sentido o desgaste atual sobre o tema.

O colunista discorre que a grande contribuição de Paulo Freire foi prestar atenção às vivências dos alunos, principalmente das crianças, como forma inovadora de educar.

É óbvio que você vai dar muito mais sentido aquilo que você convive, que você conhece, do que aquilo que é totalmente distante de você.”

Renato Janine Ribeiro

Para ele, usar as experiências dos jovens para a alfabetização ampliou os horizontes dos educadores no Brasil. O professor ainda comenta como as condições de vida da criança definem o desempenho e o aproveitamento escolar dos jovens brasileiros.

Renato Janine Ribeiro em entrevista.
Renato Janine Ribeiro em entrevista quando era ministro da Educação.
Foto: Jane de Araújo /Agência Senado.

Escrita por Freire, a obra Pedagogia do oprimido, para Janine, é o motivo do atual ódio ao educador brasileiro.

No entanto, o ex-ministro ressalta que, a rigor, ninguém quer uma sociedade com indivíduos oprimidos: “É injusto com crianças em situações vulneráveis e desperdiça talentos da sociedade como um todo”.

Por isso, Janine afirma que Paulo Freire não pode ser desconsiderado e deve ser aplicado para melhorar a educação.

O cotidiano como forma de escrever

Os ensinamentos freirianos a que se refere Janine está presente na Olimpíada da Língua Portuguesa, projeto do Itaú Social com coordenação técnica do CENPEC Educação. Em sua 6ª edição e com o tema “O lugar onde vivo”, a premiação aproxima alunos de sua comunidade, contribuindo para o exercício da cidadania.

A atual edição homenageia a escritora mineira Conceição Evaristo, uma adepta da teoria de Paulo Freire. Trazendo o conceito de escrevivências, a autora afirma que as experiências vivenciadas no cotidiano e na vida pessoal inspiram a criação de suas obras literárias.

Escute a coluna “Ética e Política” da Rádio USP