Aconteceram, na última semana, a Assembleia Geral da Abong – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns e o II Seminário Nacional da associação, com o tema “Agenda das resistências e as alternativas para o Brasil”.
Realizados entre 26 e 28/03/2019 no Hotel Nobile, no centro de São Paulo (SP), ambos os eventos contaram com a participação de dezenas de organizações e movimentos sociais, que se reuniram para discutir a conjuntura político-econômica atual, a defesa da democracia e a importância do protagonismo de grupos como mulheres, mulheres negras, indígenas, LGBTs e juventudes, além de grupos que defendem direitos humanos, econômicos, sociais e ambientais.
Decisões colegiadas
Durante o encontro, foi escolhido o novo Conselho Diretor da Abong para o triênio 2019-2022. O CENPEC, representado pelo assessor de relações institucionais, Alexandre Isaac, foi reeleito para a diretoria da Regional São Paulo. Além do CENPEC, foram também eleitas para a direção regional as organizações Ação Educativa, Uneafro e Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).
A Abong aprovou, ainda, uma série de moções, como a que se posiciona contra a reforma da previdência, contra a comemoração do golpe militar de 1964 e contra a desvinculação orçamentária dos recursos destinados à saúde e à educação, além de afirmar suas orientações estratégicas para o próximo período:
- Articular a resistência, radicalizar a democracia e a defesa dos direitos e dos comuns;
- Denunciar o atual modelo de desenvolvimento, articulando com o debate sobre novos paradigmas e práticas para outro mundo possível;
- Defender um ambiente favorável para a atuação autônoma dos movimentos e organizações da sociedade civil;
- Fortalecer a Abong, sua base associativa e sua democracia interna.
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Perfil das associações
A Abong divulgou análise preliminar da pesquisa Perfil das Associadas da Abong 2018. Entre os dados apresentados, o relatório demonstrou que a maioria das organizações filiadas à associação foi criada entre as décadas de 1980 e 1990 (77%), em função de uma causa social de defesa de direitos específicos ou difusos (70%).
Além disso, segundo o relatório, a maioria das organizações concentra-se no âmbito de atuação municipal (32%) e estadual (35%), com predominância das temáticas da educação (24%), agricultura familiar/agrotecnologia (23%), organização popular/participação popular (20%) e fortalecimento das próprias organizações (18%).
O segmento dos jovens, com 50%, aparece como o maior público envolvido/atendido, e, em termos de recursos, os oriundos do orçamento público (federal, estaduais e municipais) respondem por 33% dos orçamentos, seguidos pelas parceria com cooperações internacionais (32%). Os recursos mobilizados diretamente, se somadas prestação de serviços, colaboração individual ou anuidade dos associados, respondem por 38%, e os recursos de institutos empresariais nacionais, 21%.
No quesito sexo/gênero, a maior parte dos profissionais que atuam em organizações da sociedade civil (OSCs) é de mulheres (66%), com nível superior (53%). A versão final da pesquisa será disponibilizada em breve, segundo a Abong.
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