Bora lutar por uma Amazônia de pé!

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Bora lutar por uma Amazônia de pé!

Neste Dia da Amazônia, conheça a campanha que busca proteger a floresta e acesse materiais para trabalhar o meio ambiente e os povos originários na escola

Por Stephanie Kim Abe

Este ano, o Dia da Amazônia (dia 05 de setembro) está sendo comemorado em grande estilo. A começar pelo Festivais Dia da Amazônia, uma série de eventos gratuitos que aconteceram principalmente no último fim de semana em 7 capitais brasileiras (São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Macapá, São Luís, Manaus e Rio de Janeiro) e trouxeram aos palcos famosos como Gaby Amarantos, BaianaSystem e Geraldo Azevedo. No próximo dia 10, o festival acontece em Santarém, com muito carimbó, trap e outros artistas locais.

Os eventos buscam celebrar a diversidade cultural da Amazônia e têm, como objetivo maior, chamar atenção para a necessidade de justiça e proteção à região e seus povos.

O alerta é necessário se considerarmos o acelerado ritmo de destruição da floresta amazônica nos últimos tempos. Segundo os últimos dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), de agosto de 2021 a julho de 2022 tivemos a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período: 10.781 km2, cerca de sete vezes a cidade de São Paulo. Esta foi a quarta vez seguida em que a devastação atingiu o maior patamar desde 2008, quando o Instituto começou esse monitoramento.

Por isso, as celebrações fazem parte de uma iniciativa maior de um coletivo de organizações que buscam angariar assinaturas que apoiem o projeto de lei de iniciativa popular Amazônia de Pé


Projeto de lei

O projeto propõe proteger todas as florestas públicas na Amazônia Legal — que são invadidas por grileiros e desmatadas —, ao destiná-las a povos indígenas, quilombolas, pequenos(as) produtores(as) extrativistas e Unidades de Conservação.

O texto também prevê uma maior penalização para a grilagem e o fim dos registros irregulares em terras públicas.

Para que possa ser apresentado ao Congresso, a campanha precisa arrecadar 1,5 milhão de assinaturas:

“E se um milhão e meio de pessoas tomassem as rédeas da política e propusessem elas mesmas uma lei capaz de garantir a sobrevivência da floresta e do planeta? A gente acredita que só um movimento massivo, construído de baixo pra cima, pode dar à Amazônia o cuidado que ela merece. 

Por isso, em 2023, no primeiro ano de trabalho do novo Congresso Nacional, queremos chegar em Brasília com um caminhão de fichas de assinaturas do Projeto de Lei Amazônia de Pé — uma lei de iniciativa popular que destina os 57 milhões de hectares de florestas públicas na Amazônia para proteção dos povos indígenas, quilombolas, pequenos produtores extrativistas e Unidades de Conservação”, explicam as organizações no site oficial do projeto.

Veja o vídeo com narração de Gaby Amarantos sobre a iniciativa:

Para coletar mais assinaturas e ajudar nessa força tarefa, também acontece até o dia 10 de setembro a Virada Amazônia em Pé.

São mais de 600 atividades em diferentes estados brasileiros, que contemplam rodas de conversa, saraus, feirinha agroecológica, piquenique brincante, oficinas de brincadeiras da região, cine-debate, seminário, festival de cinema, exposição artística, palestra e muito mais.

Clique aqui para conferir a programação completa


Proteger a floresta e trabalhar as ODSs na escola

Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres é o alvo da Meta 15 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), eles são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015. O documento é composto por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030.

A proteção da Floresta Amazônica ainda se relaciona com outras metas, como a 2 (de Fome Zero e Agricultura Sustentável) e 13 (de Ação Contra a Mudança Global do Clima). 

Também se relaciona com a meta 4, sobre educação de qualidade para todas e todos, à medida que estimula que a educação para a cidadania global e para o desenvolvimento sustentável estejam integradas nas políticas nacionais de educação, nos currículos escolares, na formação docente e na avaliação das(os) estudantes. 

Na defesa do direito à educação, o Cenpec apoia entidades e promove ações, prêmios e projetos guiados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Aqui no Portal Cenpec, o meio ambiente, a valorização da cultura e da história dos povos originários e a sustentabilidade são temas frequentes das reportagens e oficinas. 

Confira abaixo uma seleção dos nossos principais conteúdos sobre essas temáticas:

Oficinas

Esta proposta busca contextualizar as manifestações artísticas como produtos culturais de um povo e de uma época; respeitar etnias e culturas diferentes e utilizar a dança e a música como formas de expressão de desejos, sonhos e ideias.

Por meio de uma vivência de brincadeiras de crianças Kalapalo, que vivem no sul do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, conheça brincadeiras de uma cultura fundamental na formação do povo brasileiro.

Este exercício lúdico propõe uma reflexão sobre transformar a realidade com a imaginação e a expressão, ao apresentar os ODS e desenvolver valores e comportamentos solidários, e a compreensão de que a realidade é mutável.


Reportagens

Saiba mais sobre o programa de podcasts da UNICEF com narrativas e brincadeiras com foco na cultura amazônica, dirigida a crianças de 0 a 8 anos e suas famílias, e confira entrevistas com os apresentadores Andrea Soares e Leandro Medina, e com a oficial de educação no UNICEF Brasil, Julia Ribeiro

Conheça o Projeto Jamaxim Cultural, veja dicas de literatura indígena e saiba a importância de incentivar a leitura e a escrita de obras que tratam da cultura dos povos originários

Para ser aliada(o), é preciso conhecer o universo dos povos originários. Saiba onde saber mais sobre a arte e a resistência indígena

A professora e filósofa indígena Cristine Takuá fala sobre o papel da escola, a arte como mobilizadora de comportamentos e o primeiro museu gerido por povos indígenas, inaugurado em São Paulo (SP)

Em seu artigo publicado originalmente na Plataforma do Letramento, Maria Regina Figueiredo Horta, uma das assessoras do Especial Literatura na escola, narra como sua visão sobre a região e seus habitantes mudou por meio de diferentes leituras e das viagens que fez ao local

Devair Fiorotti (UFRR) conta sobre projeto que envolve as artes verbais dos povos originários de Roraima

A historiadora e escritora puri Aline Rochedo Pachamama traz perspectivas sobre a produção literária dos povos originários e a sua presença nas escolas

Frente a tantas ameaças aos direitos dos povos originários, a escola deve ser o espaço para conhecer, respeitar e valorizar a cultura indígena e combater estereótipos; saiba como

Mahryan Sampaio, diretora executiva do Instituto Perifa Sustentável, conta por que trazer a agenda da crise climática para estudantes da periferia é fundamental. “Estamos buscando formas concretas de transformar a vida nos territórios periféricos, que são onde estão as pessoas mais afetadas pelos problemas resultantes da grande crise climática que vivemos hoje“, diz.


Uma conversa sobre infâncias, educação e culturas indígenas

Em outubro de 2021, o Cenpec promoveu a live Infâncias, educação e culturas indígenas. Na ocasião, as educadoras Silmara Cardoso e Jeane Almeida da Silva contaram sobre sua trajetória familiar e pessoal, formação acadêmica e trajetória na educação e suas experiências e projetos relacionados à cultura dos povos originários na escola.

Veja como foi o bate papo:

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