Crise aumenta desigualdade entre trabalhadores mais pobres

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Crise aumenta desigualdade entre trabalhadores mais pobres

Para Laura Carvalho, dados do Pnad atestam desinteresse do poder público em acabar com desemprego

Divulgados na última terça-feira (30/04), os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE atestam, segunda a economista Laura Carvalho, a precarização de empregos no País.

Em coluna semanal no jornal Folha de S. Paulo, a professora faz um panorama de como esses dados provam que a população mais pobre é a mais afetada – enquanto, para os mais ricos, nada muda. A série do Pnad comprova os salários abaixo da média do mercado de trabalhadores de setores como construção civil, alimentação e alojamento.

Os números também deixam claro que a base da pirâmide continua sendo mais afetada pela crise do que a média da população, contribuindo para aprofundar ainda mais as nossas desigualdades.”

Embasada por uma hipótese do economista Jared Bernstein (Center on Budget, EUA), a professora reforça que um mercado aquecido possibilita maior negociação salarial para o trabalhador, o que contribui para a diminuição da desigualdade.

Como apontou Bernstein, é de se esperar que os trabalhadores mais pobres precisem ainda mais do mercado de trabalho aquecido para obter algum poder de barganha nas negociações salariais.Em meio à crise, o medo de perder o emprego e a alta vulnerabilidade social tornaria os trabalhadores da base da pirâmide mais sujeitos a perdas significativas de renda.”

No Brasil, Carvalho aponta a falta de urgência pelo crescimento econômico como consequência da crise e sua falha administração e indica que quem tem menos poder político é o mais interessado pelo combate ao desemprego: o trabalhador mais pobre. A economista concluí:

Quem mais tem interesse no combate ao desemprego é quem menos tem poder de influência sobre nossas esferas decisórias.”

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