Curta Kinoforum: 6 documentários sobre o cotidiano de jovens durante a pandemia

-

Curta Kinoforum: 6 documentários sobre o cotidiano de jovens durante a pandemia

Curtas fazem parte da programação da 33º edição do evento e estarão disponíveis em plataforma on-line para serem assistidos gratuitamente hoje, a partir das 21h

Por Stephanie Kim Abe

A pandemia impactou a educação de todas e todos. Mas, para algumas pessoas, os desafios desse período foram maiores — seja porque elas eram imigrantes, tiveram que lidar com a gravidez na adolescência, não tiveram acesso à internet, sofrem com a violência urbana ou a dificuldade de conciliar emprego e estudo. 

Algumas dessas histórias são narradas em seis documentários curta-metragem que são exibidos hoje e amanhã (dias 19 e 20/08), em São Paulo, no 33º Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum. As sessões acontecem no Espaço Itaú de Cinema e no Centro Cultural São Paulo, e incluem roda de conversa com as(os) produtoras(es) dos filmes. 

A partir das 21h de hoje, os curtas também estarão disponíveis para serem assistidos on-line e gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play. É preciso se cadastrar na plataforma para ver as produções.

🎬 Clique aqui para acessar o Itaú Cultural Play

Os curtas foram vencedores do “Edital Conexão Juventudes”, que deu apoio técnico e financeiro para seis produtoras criarem filmes retratando o cotidiano local de jovens estudantes do ensino médio durante a pandemia. O edital é uma iniciativa do Instituto Unibanco em parceria com o Instituto de Políticas Relacionais (IPR) e a Brasil Audiovisual Independente (Bravi).

Cada filme tem 26 minutos de duração, com abordagens de temas variados, e trazem a realidade de jovens do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Rio Grande do Norte.  

Envolvido nos processos de seleção dos projetos, bem como na curadoria e na mentoria às produtoras durante o processo de finalização dos filmes do Edital Conexão Juventude, João Jardim, diretor e autor de documentários e filmes de ficção, destaca a “personalidade” dos materiais em várias temáticas:

Tive o prazer de dar apoio para que eles tivessem uma reflexão sobre quais caminhos poderiam ser mais interessantes e autênticos. Os temas são pertinentes ao momento atual. É falar da pandemia sem deixar de abordar questões mais amplas. O resultado foi um retrato muito bonito. Temos desde ausência total até a escola como fonte salvadora. Trazem uma reflexão positiva sobre o mundo que a gente vai construir a partir de agora”.

João Jardim

Saiba mais sobre os documentários abaixo:

🎞️ Contraturno (GO)

Vitor e Renata são dois adolescentes que estudam e trabalham na cidade de Urutai, interior de Goiás, durante a retomada das aulas presenciais. Mas, para eles, há um desafio em especial: conciliar a rotina da adolescência, os estudos e o trabalho. O filme, dirigido por Larissa Fernandes e Deivid Mendonça, aborda alguns dos motivos de abandono e evasão, a crise que a pandemia projetou na educação e a jornada dupla de adolescentes — como os marcadores raciais atravessam tudo isso.

🎞️ desConectados (PI)

Conheça os desafios enfrentados pelas(os) estudantes e educadoras(es) do Ensino Médio da única escola pública estadual de Tanque do Piauí, no semiárido piauiense, durante a pandemia de Covid-19 — onde o acesso à internet não é realidade para todos e se tornou essencial e indispensável para dar continuidade aos estudos.

Essa história de luta pelo direito à educação e acesso digital, que revela a força das juventudes como ação transformadora de sua própria realidade, é contada pelo diretor Márcio Bigly.

🎞️ Antes do livro didático, o cocar (RN)

Apesar do desafio de estudar durante a pandemia — que para populações desassistidas, de periferia ou em vulnerabilidade foram ainda maiores —, as(os) alunas(os) das duas únicas escolas direcionadas aos povos originários do Rio Grande do Norte não perderam a esperança, nem o desejo de aprender. Suas trajetórias são contadas nesta produção de Rodrigo Sena.

🎞️ Onde aprendo a falar com o vento (MG)

Em Oliveira (MG), existe o Reinadinho, um festejo do Reinado protagonizado apenas por crianças e jovens, fundado por um grupo de jovens da região. Tendo a Capitã Pedrina como mentora, elas(es) aprendem sobre sua história e a história de seus antepassados, vivenciando esta tradição afro-diaspórica como espaço de cura e aprendizagem.

A sua história é contada nesta produção de André Anastácio e Victor Dias, que as(os) convidam a refletir sobre o papel da escola e do Reinado enquanto espaços de educação. 

🎞️ Terremoto (MG)

Em 2010 o Haiti sofreu com um terremoto de grande magnitude que deixou mais de 300 mil mortos. Dentre as vítimas estava a família de Nicolson e Niky Augustin, dois jovens haitianos. Tentando se reerguer nos anos seguintes, a família dos garotos não viu saída a não ser se mudar para o Brasil — mais especificamente a periferia de Contagem, Minas Gerais.

Ali, sem saber falar o idioma, eles tiveram que se adaptar a uma nova realidade e educar seus filhos. Dirigido por Gabriel Martins

🎞️ Adolescer (ES)

Dirigido por Gustavo Moraes, essa produção trata da transformação vivida por jovens da periferia da Grande Vitória, originalmente predestinados ao fracasso, que estudavam em uma escola desacreditada pela comunidade. Vivendo em uma região pobre, em meio ao tráfico, e em uma área vista pela mídia local como a mais violenta do estado, estes jovens encararam o desafio de entrar na vida adulta e com apoios de familiares, amigos e da escola, buscar um futuro melhor


Veja também