Desigualdade bate novo recorde

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Desigualdade bate novo recorde

Coeficiente Gini vai de 0,625 no último trimestre de 2018 para 0,627 entre janeiro e março de 2019, após 16 altas seguidas

A desigualdade de renda entre trabalhadores voltou a subir no primeiro trimestre deste ano e bateu novo recorde, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgado hoje (20/05) pelo jornal Valor Econômico.

O coeficiente Gini do rendimento domiciliar per capita subiu de 0,625 no último trimestre de 2018 para 0,627 no período entre janeiro e março de 2019. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade – zero é a igualdade perfeita.

Série histórica do coeficiente Gini desde 2012 e aumento da desigualdade.
Crédito: Valor Econômico.

Os cálculos do Ibre/FGV foram feitos com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a 17ª alta trimestral consecutiva e o pior índice em sete anos, marca que já havia sido atingida na medição anterior.

Desigualdade e educação

Daniel Duque, pesquisador do Ibre/FGV e autor do levantamento, destacou ao Valor que houve uma lenta melhora no desemprego concentrada em pessoas com mais experiência e qualificação, enquanto o desalento – quando alguém desiste de procurar emprego – é maior entre os menos qualificados. Ambos os fenômenos podem explicar o aumento de desigualdade.

“O desalento vem batendo recorde e ajuda a explicar por que, mesmo com redução do desemprego no ano passado, a desigualdade seguiu crescendo”, disse Duque ao jornal.

Já para o pesquisador Marcelo Medeiros, de Princeton, é necessário tomar medidas a curto, médio e longo prazo para reduzir a disparidade de renda no Brasil, ainda segundo a reportagem.

Nesse sentido, a educação, diz Medeiros, terá efeitos relevantes em um espaço de tempo entre três e cinco décadas: “O trabalhador que está hoje no mercado estudou entre as décadas de 70 e 90. É claro que também temos trabalhadores que estudaram nos anos 2000, mas eles são minoria. Não podemos corrigir esse passado, mas podemos investir no futuro”, disse Medeiros, que acrescentou ver com preocupação o corte de verbas na educação.

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