Educação integral e inclusiva: a importância de olhar a diversidade como valor

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Educação integral e inclusiva: a importância de olhar a diversidade como valor

Confira como o Programa Itaú Social UNICEF tem trabalhado a diversidade de forma transversal em duas entrevistas com especialistas em raça/etnia, gênero e sexualidade, e em pessoa com deficiência

Por Stephanie Kim Abe

Como fazer para que as diferenças, em vez de nos separar, nos fortaleçam? Como impedir que a diversidade se transforme em desigualdade e exclusão social? Mais do que isso, como estimular a diversidade e aprimorar ações para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa?

Essas são questões que devem pautar o trabalho realizado na Educação Integral, a medida que ela busca o desenvolvimento pleno de crianças e adolescentes. Isso só é possível se considerarmos que cada um tem suas singularidades e seus determinados contextos.

Logomarca do Programa Itaú Social UNICEF.

Para o Programa Itaú Social UNICEF, que busca apoiar Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que promovem uma Educação Integral e inclusiva de crianças e adolescentes por meio de formação e fomento financeiro, essas singularidades são vistas como marcadores sociais, de raça/etnia, gênero, sexualidade e pessoa com deficiência – e potências que devem ser trabalhadas no cotidiano das OSCs.


Olhar para dentro da diversidade

A diversidade é uma temática presente transversalmente no percurso formativo do Programa, uma iniciativa do Itaú Social e UNICEF, com coordenação técnica do CENPEC Educação. A formação acontece on-line e traz atividades reflexivas e práticas que devem ser realizadas pelas OSCs, para que possam elaborar planos de intervenção em seus territórios.

Veja neste vídeo como a diversidade é abordada no Programa Itaú Social UNICEF

A abordagem à diversidade é feita por meio do olhar para dentro da Organização, em uma reflexão sobre a sua história e suas práticas. À luz dos marcadores sociais de raça/etnia, gênero, sexualidade e condição de deficiência, quais pessoas estão envolvidas nessas atividades, tanto na equipe quanto no público atendido pela OSC?

“A ideia não é preencher um álbum com pessoas diferentes umas das outras para aparecer bonito na foto. Valorizar a diversidade é mais do que isso. Tem a ver com relações não hierarquizadas pelos marcadores sociais. O que quer dizer isso? Que a opinião de um homem não seja mais valorizada do que a de uma mulher, que o posicionamento de uma pessoa heterossexual não tenha mais fundamento que uma pessoa homossexual simplesmente por conta de gênero ou sexualidade”, defende Liliane Garcez, uma das consultoras do Programa Itaú Social UNICEF, especialista em pessoa com deficiência (PCD) e idealizadora e articuladora do COLETIVXS, organização que desenvolve projetos educacionais colaborativos e inclusivos.

Confira a entrevista completa com Liliane Garcez no site do Programa Itaú Social Unicef


A partir desse olhar, as OSCs podem pensar como agir e se mobilizar para promover uma cultura de inclusão e valorização da diversidade, traçando metas e objetivos que tratem das desigualdades sociais que se encontram no território e até mesmo dentro da própria Organização.

Em relação à educação antirracista, a historiadora Giselle dos Anjos Santos, doutoranda em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e consultora do Programa especialista em raça/etnia, gênero e sexualidade, alerta:

“O racismo possui um papel estrutural na sociedade brasileira, de modo que o seu enfrentamento é necessário para que tenhamos uma sociedade efetivamente democrática e justa. Por isso, cabe a cada uma das OSCs o grande desafio de se despirem, de reverem seus discursos e práticas. Até porque o racismo não se faz presente apenas por meio de ataques explícitos, o que fica nas entrelinhas e até mesmo os silêncios também podem revelar situações de discriminação racial”, diz.

Confira a entrevista completa com Giselle dos Anjos Santos no site do Programa Itaú Social Unicef


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