Por Stephanie Kim Abe
Muitos temas pautam as propostas dos(as) candidatos(as) em época de eleições, seja em busca de mudanças estruturais ou simplesmente ações “eleitoreiras”. À sociedade, cabe não só analisar com cuidado essas propostas, mas também pautar esses(as) candidatos(as) para garantir que seus planos de governo estejam alinhados com os rumos que queremos para melhorar o país como um todo.
De acordo com uma pesquisa do Todos pela Educação, publicada em abril de 2022, 58% da população com 16 anos ou mais, ou seja, apta a votar, se diz insatisfeita ou muito insatisfeita com a condução da educação básica pública pelo Governo Federal. Também 54% das 3.860 pessoas entrevistadas se diz insatisfeita ou muito insatisfeita quanto à avaliação dos governos estaduais.
Para 59% delas, o tema Educação é “muito importante” para analisar as propostas das(os) candidatas(os) nas Eleições de 2022; 15% consideram o tema “pouco importante”, 17% se mostraram “indiferentes” e 9% não sabe ou não respondeu.
Diante desse quadro, é importante dar subsídios para que as(os) candidatas(os) possam construir planos educacionais robustos, que possam lidar com os principais problemas da educação brasileira atual.
Foi com esse objetivo que o Todos pela Educação lançou o documento Educação Já 2022: contribuições para a construção de uma agenda sistêmica na Educação Básica brasileira.
Ele traz diagnósticos da educação brasileira e uma série de recomendações, que olham não só para a necessidade de ações emergenciais devido aos impactos da pandemia e do ensino remoto na educação de crianças e adolescentes brasileiros(as), mas para a construção de um plano sistêmico de medidas estruturais para as futuras gestões federal e estaduais, que busquem elevar a qualidade e reduzir as desigualdades educacionais.
Como está posto na introdução do Sumário Executivo:
A pandemia trouxe novos desafios para a educação brasileira e agravou os que já existiam. Seus impactos – acentuados pelo longo período de fechamento das escolas e pelas graves ausências e omissões do governo federal – são de múltiplas naturezas, com efeitos mais críticos entre aqueles em maior situação de vulnerabilidade.
Diante do atual contexto, as próximas gestões estaduais e federal, que serão eleitas em 2022, terão papel fundamental para mitigar os graves efeitos da pandemia e avançar com medidas estruturais capazes de superar desafios históricos da educação básica brasileira.”
Educação Já 2022: contribuições para a construção de uma agenda sistêmica na Educação Básica brasileira.
As recomendações do documento são divididas em três eixos:
- viabilizadores de avanços em escola, que entram questões relacionadas à governança, à gestão dos sistemas educacionais e financiamento;
- caminhos específicos por ciclo, onde estão sugestões relacionadas à primeira infância, alfabetização, anos finais e ensino médio;
- fatores escolares essenciais, em que são elencadas prioridades relacionadas à docência, à gestão escolar e às políticas pedagógicas.
O documento foi construído com a contribuição de diversos profissionais do campo educacional, organizações e especialistas, entre elas Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec. É possível acessar a agenda na íntegra ou o resumo executivo.
Veja também