O que não pode faltar na formação leitora

-

O que não pode faltar na formação leitora

Acesso a um acervo diverso e de qualidade, criação do hábito de leitura e incentivo a indicações de livros são algumas das ações eficazes para formar leitoras(es) na escola; veja mais dicas de pesquisadoras

Por Stephanie Kim Abe

Comecemos com uma pergunta central: você se considera uma pessoa leitora? 

Para aquelas pessoas que lêem livros com certa frequência, provavelmente não há hesitação em responder sim. Aquelas que não o fazem, devem tender para o não. Outras vão entender a pergunta como vaga e se perguntar: mas ler o que? 

A verdade é que o fato de você estar lendo essa reportagem já te faz uma pessoa que, sim, lê.

Ariana é pedagoga e formadora de formadoras(es) e professoras(es). Essa sua fala costuma ser feita quando faz formações e quer problematizar essa temática com seu público de profissionais da educação que hesitam em se considerar leitoras(es).

É também um ponto de vista compartilhado pelas suas colegas pesquisadoras que fazem parte do Grupo de Estudos Alfabetização em Diálogo (GRUPAD). Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada (GEPEC) da Faculdade de Educação da Unicamp, o GRUPAD existe há 14 anos para discutir ideias e compartilhar relatos sobre formação leitora, práticas pedagógicas que estimulam esse hábito e dificuldades e insights que surgem das experiências de suas(seus) integrantes em diferentes espaços escolares.

Saiba mais sobre o conceito de leitura do mundo e da leitura da palavra de Paulo Freire


A importância de nos formarmos leitoras(es)

Para Heloísa Martins Proença, formadora do Cenpec e outra participante do GRUPAD, é importante considerar as múltiplas dimensões da formação de uma pessoa leitora:

Já Fernanda Dalmatti, outra integrante do grupo que é professora de educação infantil do município de Campinas (SP) e mestranda em Educação escolar pela Unicamp, lembra que professoras e professores, ao serem responsáveis pela formação leitora das(os) estudantes, devem estar particularmente vigilantes à sua própria formação.

Como garantir, assim, uma formação continuada de leitoras(es) críticas(os) e fluentes? A partir da experiência das pesquisadoras do GRUPAD e da forma como estruturam metodologicamente suas formações, elencamos abaixo alguns elementos que elas consideram essenciais nesse processo. 

Os relatos das educadoras indicam que as dicas valem tanto para quem trabalha na educação infantil, ou seja, com crianças que nem ainda estão alfabetizadas, quanto para quem lida com adolescentes do Ensino Médio – inclusive, até, para a Educação Superior. 

“Claro que, se um sujeito do Ensino Médio passou por um processo de escolarização que não privilegiou a sua formação leitora, ele terá mais dificuldades de ler. Mas isso pode acontecer com todos os públicos que, infelizmente, passarem por isso. Se eu trabalhar em uma escola de educação infantil onde a leitura não circula, também terei dificuldade de despertar esse hábito e desenvolver essa habilidade com meus estudantes pequenos”, alerta Heloísa.

Uma formação continuada de leitoras(es) deve:


Para saber mais

Artigo Com quantas leituras de forma um leitor? Um diálogo entre professores, para professores, de Heloisa Helena Dias Martins Proença, Idelvandre Vilas Boas de Santana Santos, Renata Barroso Siqueira Frauendorf, em Interfaces da Educação (2014)


Já pensou em apoiar projetos de formação leitora em escolas públicas do país? Entre em contato com a nossa equipe e vamos conversar!


Veja também 

Quando a biblioteca tá on!

17 03 2023,

Podcasts educativos e culturais: o que você quer ouvir hoje?

21 07 2022,

Olimpíada de Língua Portuguesa: literatura, arte e educação

4 11 2019,

Outras pedagogias são possíveis

15 03 2023,

Livros audiovisuais acessíveis para ler com as crianças

6 05 2022,

Livros infantis gratuitos na telinha do celular

19 03 2021,