Plataforma ReSolution reúne indicadores inéditos de São Paulo

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Plataforma reúne indicadores da Região Metropolitana de São Paulo

Criada em parceria com instituições britânicas, ReSolution destrincha dados como acessibilidade e etnia na Região Metropolitana de São Paulo

Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) acaba de lançar a ReSolution – abreviação para Resilient Systems for Land Use Transportation (Sistemas Resilientes para Transporte Terrestre, em tradução livre) –, uma plataforma de acesso a mapas e gráficos interativos com números absolutos e relativos sobre como se distribuem grupos populacionais na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

A ReSolution simula, em ambiente digital, as dinâmicas de localização residencial dos grupos populacionais e mostra os reflexos da segregação urbana e diferenças de acessibilidade ao trabalho. Além disso, permite a visualização simultânea do mapa e do gráfico equivalente na variável selecionada – a educação é uma delas – e escolher locais específicos para consulta por região de interesse e temas.

Mapa dinâmico e interativo da plataforma ReSolution, com temas e variáveis disponíveis no box de informação no canto direito da imagem. Fonte: ReSolution.

A origem da plataforma ReSolution

A proposta da ReSolution nasceu da tese de pós-doutorado do vice-coordenador do CEM e professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Eduardo Marques.

Prof. Eduardo Marques.
O Prof. Eduardo Marques tem pós-doutorados: pela University College London (2014) e Universidade de Berkeley (2018). Foto: Divulgação/FFLCH.

Na Europa, Marques teve contato com o trabalho do Centre for Advanced Spatial Analysis (CASA), da University College London (UCL), que tem foco no desenvolvimento científico aplicado a métodos, ideias de modelagem e visualização baseados em computação e aplicados a cidades.

Na College London, Marques e outros pesquisadores desenvolveram o DataShine, sistema que produz mapas on-line do censo britânico e fornece dados de grande volume sobre o país, em grande velocidade.

Daí, surgiu a ReSolution, que tem base exatamente em estudos sobre segregação e acessibilidade realizados em Londres e na Grande São Paulo, para fins comparativos entre as duas localidades, a partir de uma colaboração financiada pela FAPESP e pelo Economic and Social Research Council (ESRC-UK). Da parte britânica, a coordenação ficou com a CASA-UCL; e a Birkbeck, Universidade de Londres.

Variáveis e indicadores

Atualmente coordenada pelo próprio Eduardo Marques, a ReSolution trabalha com indicadores de demografia, raça, imigração, religião, educação, renda e trabalho e agregou dois novos indicadores: acessibilidade e segregação urbana. No total, além dos indicadores principais, são 97 variáveis absolutas e relativas.

Os dois novos indicadores possibilitam identificar e quantificar, no espaço urbano, questões como oportunidades de acesso a postos de trabalho, por meio de indicações de acessibilidade, com base no local onde se mora e no meio de transporte disponível.

O portal ReSolution mostra nos mapas de acessibilidade quantas oportunidades de emprego se consegue alcançar a partir do seu local de origem [moradia], considerando o tempo de viagem.”

Mariana Giannotti, coordenadora de Transferência do CEM e professora da Escola Politécnica da USP

Parceria com o exterior

Os dados da base são fruto de censos, pesquisas e levantamentos feitos em São Paulo e que serviram de comparativo para a capital britânica, a partir do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também foi utilizada a pesquisa Origem e Destino 2007, do Metrô de São Paulo, pela equipe de Mariana Giannotti, para levantamento dos tempos de viagem e cálculos para os índices de acessibilidade.

Prédio Wilkins na UCL, em Londres. Foto: David Ilife, licença CC BY-SA 3.0.

Além disso, parte das informações presentes no mapa foram fornecidas pela equipe da pesquisadora Flávia Feitosa, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC) e membro da CEM.

Ambas as frentes, de acessibilidade e segregação, contaram, ainda, com a equipe da professora Joana Barros, do Departamento de Geografia da Birkbeck, Universidade de Londres, no Reino Unido. O modelo foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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