Prêmio Aprendizagem Solidária: inscrições abertas para organizações e instituições de ensino

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Prêmio Aprendizagem Solidária: inscrições abertas para organizações e instituições de ensino

Prêmio oferecerá apoio financeiro de até R$ 15 mil e apoio formativo para projetos e experiências que promovam aprendizagem com transformação social

Por Gustavo Paiva

Logomarca do 1º Prêmio de Aprendizagem Solidária - Experiências que transformam.

Para educar para o século XXI, é preciso ir além das aulas expositivas, textos didáticos e exercício em livros e lousas. Partindo desse princípio, a pedagogia da Aprendizagem Solidária propõe que os espaços educativos criem oportunidades para que os educandos aprendam na prática, ao mesmo tempo que transformam a realidade e que exercitam a cidadania, a empatia e a solidariedade. Para identificar, reconhecer e valorizar essas práticas educativas, foi lançado nesta terça-feira (25) o 1º Prêmio de Aprendizagem Solidária – Experiências que transformam.

O Prêmio é uma iniciativa da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária (RBAS), com apoio do Centro Latino-Americano de Aprendizagem e Serviço Solidário (CLAYSS) e coordenação técnica do CENPEC Educação, do Instituto Singularidades, do Movimento Futuro, da Organização dos Estados Iberoamericanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) no Brasil, da Mori Educação e do CLAYSS.

Conheça o site do 1º Prêmio de Aprendizagem Solidária – Experiências que transformam

Organizações da Sociedade Civil, instituições de ensino superior e escolas de todos os níveis e modalidades da Educação Básica, públicas ou privadas, podem inscrever seus projetos ou experiências até as 18h do dia 5 de outubro pelo site do Prêmio, para concorrer a apoio financeiro de até R$ 15 mil reais e apoio formativo, para potencializar e ampliar suas ações de aprendizagem e de solidariedade para e com a comunidade.

Além dos apoios e do reconhecimento público, o 1º Prêmio de Aprendizagem Solidária – Experiências que transformam é também uma oportunidade para trocar experiências e inspirar outros projetos no Brasil e até no exterior. Os primeiros colocados de cada categoria poderão participar do Seminário Internacional de Aprendizagem Solidária, que será realizado na cidade de Buenos Aires (Argentina) em agosto de 2021, para compartilhar experiências com iniciativas de Aprendizagem Solidária de toda América Latina.

Assista ao vídeo com informações sobre o 1º Prêmio de Aprendizagem Solidária – Experiências que transformam

Categorias do Prêmio

O 1º Prêmio Aprendizagem Solidária – Experiências que transformam tem quatro categorias:

Instituições de Ensino Superior, para experiências de estudantes da graduação e/ou pós-graduação;
Instituições de Educação Básica I, para experiências de estudantes da Educação Infantil e/ou Ensino Fundamental – Ano Iniciais;
Educação Básica II, para experiências de estudantes de Ensino Fundamental – Anos Finais e/ou Ensino Médio;
Organizações da Sociedade Civil, para instituições sem fins lucrativos que promovam experiências de Aprendizagem Solidária.


Solidariedade: um princípio ainda mais essencial

Alexandre Isaac, coordenador de projetos do CENPEC Educação e membro da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária, considera que a solidariedade é um princípio humano essencial e que se faz ainda mais relevante para podermos atravessar o momento que o mundo em geral e o Brasil em particular têm vivido.

Fotografia de Alexandre Isaac, coordenador de projetos do CENPEC Educação e membro da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária.
Foto: Arquivo pessoal.

O que o Brasil vive com a pandemia da Covid-19 é dramático e tem causado enormes impactos de saúde, econômicos e sociais, em especial para os mais vulneráveis. O Prêmio era uma ação já prevista para este ano, mas que ganhou ainda mais relevância neste momento, em que é preciso fortalecer a atuação de escolas, universidades e organizações da sociedade civil que chegam aos mais diferentes territórios com propostas transformadoras

Alexandre Isaac, coordenador de projetos do CENPEC Educação e membro da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária

Para a Doutora em Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e consultora da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária Katia Mori, a força da sociedade civil brasileira e sua capacidade para responder a contextos desafiantes serão determinantes para o sucesso do Prêmio.

Fotografia de Katia Mori, Doutora em Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e consultora da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária.
Foto: Arquivo pessoal.

O Brasil é um país imenso, com muitos sotaques e desafios. Certamente, existem muitas iniciativas exemplares de aprendizagem e intervenção social. O Prêmio Aprendizagem Solidária, além de valorizar e reconhecer essas experiências, permitirá a construção de um repertório de boas práticas, de soluções educacionais para além dos muros da escola. Contar com a participação das organizações da sociedade civil nesse contexto traz um potencial ainda mais inspirador para todos nós

Katia Mori, Doutora em Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e consultora da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária

Desenvolvimento integral

Existem várias nomenclaturas ao redor do mundo para definir essas práticas educativas que propõem uma educação para além dos muros: Aprendizagem Solidária, Aprendizagem e Serviço Solidário, Voluntariado Educativo, Service Learning, entre outras. Isso porque essa pedagogia é praticada pelo menos desde o início do século XX e está presente em mais de 40 países ao redor do mundo.

Maria Luna Kelly, coordenadora do Programa de Difusão da Aprendizagem Solidária no Brasil pelo CLAYSS, explica que as práticas de Aprendizagem Solidária são caracterizadas por uma dupla intencionalidade – solidária e formativa – que se articulam simultaneamente, com o protagonismo dos educandos e ações de intervenção na realidade.

Fotografia de Maria Luna Kelly, Coordenadora do Programa de Difusão da Aprendizagem Solidária no Brasil pelo CLAYSS.
Foto: Arquivo pessoal.

Na pedagogia da Aprendizagem Solidária, o aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver, que são os pilares da educação da Unesco, caminham juntos, quando os próprios educandos aplicam os conhecimentos adquiridos, para responder às necessidades específicas de uma comunidade e, ao mesmo tempo, aprenderem habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular, como solidariedade, cidadania, participação, respeito à diversidade e compreensão de diferentes realidades socioculturais

Maria Luna Kelly, coordenadora do Programa de Difusão da Aprendizagem Solidária no Brasil pelo CLAYSS

Experiências que transformam

A Associação Movimento Futuro, integrante da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária, desenvolve projetos de Aprendizagem Solidária desde sua fundação. Segundo sua presidenta, Sofia Carvalho, os projetos são profundamente transformadores para educadores e educandos, mas em especial para os jovens.

Fotografia de Sofia Carvalho, Presidenta da Associação Movimento Futuro.
Foto: Arquivo pessoal.

Eles têm a possibilidade de intervir e assumir a responsabilidade sobre a realidade, pensando em soluções concretas, organizando e realizando a sua intervenção, longe da desculpa ‘sou novo demais para isso’. Com isto, eles percebem a força que têm de transformação e transportam essa potência tanto para os seus projetos de vida, quanto para as suas comunidades educativas

Sofia Carvalho, Presidenta da Associação Movimento Futuro

Isabella Alchorne, vice-presidenta da Associação Movimento Futuro, destaca as múltiplas possibilidades de desenvolvimento da Aprendizagem Solidária com vistas à constituição de uma nova realidade a partir da intervenção social.

Fotografia de Isabella Alchorne, Vice-Presidenta da Associação Movimento Futuro.
Foto: Arquivo pessoal.

Existem muitas formas de desenvolver a Aprendizagem Solidária: a Associação Movimento Futuro desenvolve os projetos por meio da gamificação, em que o objetivo é descobrirem que intervenção social é necessária e como poderão implementá-la. Por isso é que dizemos aos alunos ‘sonhando juntos, construímos realidades’

Isabella Alchorne, Vice-Presidenta da Associação Movimento Futuro.
Fotografia de Claudia Laloni, Coordenadora de Relacionamento do Instituto Singularidades.
Claudia Laloni. Foto: Arquivo pessoal.

Já o Instituto Singularidades, uma instituição de ensino superior que também integra a Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária, desenvolve, desde 2017, um projeto de Aprendizagem Solidária em que estudantes das licenciaturas de Letras ministram aulas de Língua Portuguesa para refugiados e, ao mesmo tempo, os alunos de pedagogia promovem atividades recreativas para seus filhos. Claudia Laloni, coordenadora de Relacionamento do Instituto Singularidades, afirma que “o projeto tem crescido muito, mostrando que na aprendizagem solidária todos ensinam e aprendem”.

Outra organização que aposta na Aprendizagem Solidária como caminho para a construção de outros futuros possíveis é a Organização dos Estados Iberoamericanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) no Brasil.

Fotografia de Raphael Callou, Diretor e Chefe da Representação da OEI no Brasil.
Foto: Arquivo pessoal.

A OEI atua na perspectiva de fomentar o desenvolvimento da educação e da cultura como alternativa válida e viável para a construção da paz, mediante a preparação do ser humano para o exercício responsável da liberdade, da solidariedade e da defesa dos direitos humanos, assim como apoiar as mudanças que permitam uma sociedade mais justa para a ibero-américa. Nesse sentido, a Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária reforça esses valores colocando-os em prática, favorecendo aos alunos oportunidades de aprender na prática, intervindo na realidade em que vivem

Raphael Callou, Diretor e Chefe da Representação da OEI no Brasil

Etapas e prêmios

O projeto ou experiência classificado em primeiro lugar, em cada categoria do 1º Prêmio Aprendizagem Solidária – Experiências que transformam, será premiado com R$ 15 mil de apoio financeiro e uma bolsa para participar no Seminário Internacional de Aprendizagem Solidária 2021, em Buenos Aires.

Já os segundos colocados de cada categoria receberão um recurso financeiro de R$ 7 mil cada e vaga para participar de curso a distância sobre Aprendizagem Solidária oferecido pelo CLAYSS. Além do curso a distância, os terceiros colocados de cada categoria receberão apoio financeiro no valor de R$ 5 mil.

Após o encerramento das inscrições, as experiências inscritas serão avaliadas pela equipe da Rede Brasileira de Aprendizagem Solidária e as finalistas serão anunciadas no dia 5 de novembro.

As instituições de ensino e organizações da sociedade civil classificadas para essa etapa deverão apresentar, então, os documentos requeridos no regulamento para comprovar sua regularidade e a capacidade de receber os recursos.

Após essa etapa, uma Comissão Julgadora de especialistas irá avaliar os projetos, para o anúncio dos vencedores em cada categoria no dia 26 de novembro de 2020. Está prevista ainda uma cerimônia de premiação em dezembro, em dia a ser definido.


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