Publicada no jornal Folha de S. Paulo, artigo da socióloga e educadora Maria Alice Setubal, membro do Conselho de Administração do CENPEC, aborda questões acerca da reforma da Previdência e sua relação com a redução da desigualdade no Brasil.
Com base em estudos internacionais, como o The Equality Trust, publicado em Londres e Nova York, a educadora argumenta que uma sociedade desigual prejudica tanto os mais pobres quanto os mais ricos. Segundo os estudos, em países desiguais como o Brasil, onde a qualidade de vida é menor, a economia instável é propensa a crises e a dificuldade de mobilidade social é prejudicial. Dessa forma, a diminuição da desigualdade deve ser interesse de todos.
Viver em sociedades mais desiguais causa mais estresse e ansiedade, enquanto a vida em sociedades mais igualitárias está mais associada a maior expectativa de vida, menor probabilidade de doenças mentais, mais confiança, participação e felicidade.”
Segundo a socióloga, a reforma da Previdência reativou o debate sobre qual Brasil queremos construir. Muito além de equilibrar as contas públicas, a proposta coloca em cheque se o rumo será “conservador e atrasado” ou se será uma reforma justa, para diminuir a desigualdade.
Sem dúvida, o país precisa de uma reforma da Previdência que leve ao equilíbrio das contas públicas e a um ambiente de negócios estável e confiável para que a economia encontre condições para crescer (…). A reforma da Previdência traz intrinsecamente o debate sobre qual sociedade brasileira queremos construir, não porque a discussão da oposição seja ideológica, como afirma o governo, mas porque todas as posições são ideológicas nesse debate.”
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