Vivência e pesquisa sobre a importância das vacinas na prevenção de doenças infecto-contagiosas.
Para encontros presenciais ou virtuais*: Flip-chart, canetas hidrográficas, cartões de vacinação da turma, calendários de vacinação divulgados pelo Ministério da Saúde, papel cartão para confecção de folder, data show, computador com acesso à internet, tela para apresentação de vídeos.
Organizar uma campanha de atualização das carteira de vacina entre a população do entorno das instituições/escolas.
Construir conhecimentos e divulgar informações sobre a importância da vacinação na prevenção de doenças infecto-contagiosas.
Crianças e adolescentes.
Para encontros presenciais: sala ampla e espaço ao ar livre.
2 encontros de 90 min.
Início de conversa
Qual é a origem das vacinas? As primeiras experiências com vacina – com a introdução de versões atenuadas de vírus no corpo das pessoas – remontam ao século X, na China, relacionadas ao combate à varíola. Porém, sua aplicação era bem diferente do que se faz atualmente: os chineses trituravam cascas de feridas causadas pela doença e assopravam o pó sobre o rosto das pessoas.
Mas o termo vacina surgiu em 1798, com o trabalho do médico e cientista inglês Edward Jenner. Ele ouviu relatos de que trabalhadores da zona rural não pegavam varíola, pois já haviam tido a varíola bovina, de menor impacto no corpo humano. Então, Jenner introduziu os dois vírus – da varíola humana e da bovina – em um garoto de 8 anos e percebeu que o rumor tinha de fato uma base científica. A palavra vacina deriva de Variolae vaccinae, nome científico da varíola bovina.
Em 1881, quando o cientista francês Louis Pasteur passou a desenvolver a segunda geração de vacinas, voltadas à cólera aviária e ao carbúnculo, ele sugeriu o termo para batizar sua recém-criada substância, em homenagem a Jenner. Com a comprovação de sua eficácia, as vacinas começaram a ser produzidas e aplicadas em massa para o combate a doenças infecto-contagiosas no mundo todo.
No Brasil, as vacinas distribuídas em postos de saúde são produzidas por laboratórios nacionais, internacionais e por institutos especializados ligados ao poder público, como o Instituto Butantan (do governo do estado de São Paulo) ou a Bio-Manguinhos (do governo federal).
A decisão sobre quais vacinas serão produzidas é feita a partir do planejamento anual da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), em parceria com as instituições produtoras. Entre os critérios adotados nesse planejamento estão a maior incidência de determinada doença, os agentes envolvidos nela e a capacidade de produção dos laboratórios.
No caso da gripe, cujo vírus muda constantemente, a formulação da vacina segue outra lógica. “Durante todo um ano, países do mundo ficam analisando os vírus que são coletados. Duas vezes por ano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) define quais vão compor a vacina do ano seguinte”, explica o médico Expedito José de Albuquerque Luna, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde entre 2003 e 2007.
Fonte: Fiocruz, 2016.
Atualmente, a importância das vacinas está em debate em razão da pandemia de Sars-Covid-19 e da polêmica em torno de sua eficácia e dos possíveis efeitos colaterais.
Na prática
*Em razão do cenário atual de ensino remoto para o combate à pandemia, apresentaremos duas versões desta oficina: uma para realização em ambiente virtual e outra para encontros presenciais.
Primeiro encontro
Inicie o trabalho propondo a seguinte brincadeira:
Em ambiente virtual: apresente ao grupo desenhos de diferentes símbolos e atribua um para cada criança/adolescente. Peça que cada um desenhe seu respectivo símbolo. Em seguida, dê um tempo breve para que eles conversem individualmente com outro/a colega pelo chat. Peça que cada aluno/a anote o nome do/a colega com quem interagiu. Repita essa dinâmica duas ou três vezes.
Presencialmente: distribua ao grupo papéis com desenhos de diferentes símbolos e peça que também tenham em mãos uma caneta. Explique que eles deverão andar pela sala e ao seu sinal formar duplas e conversar brevemente uma com a outra. Além da curta conversa, os estudantes devem anotar no papel o nome do colega com quem conversaram. Proponha uma nova rodada, procurando outro colega com quem conversar. Lembre-os de anotar o nome desse outro colega. Essa dinâmica pode ser repetida duas ou três vezes.
Um/a dos/das estudantes, sem que saiba, estará carregando um símbolo, previamente escolhido por você, que representa uma doença infecto-contagiosa. Ao final da brincadeira identifique esse/a aluno/a e peça que mantenha a mão erguida (há esse recurso no ambiente virtual). Pergunte quem conversou com ele/a na primeira rodada. Apenas um/a colega deverá levantar a mão e permanecer com ela levantada. Pergunte, em seguida, quem conversou com algum dos dois na segunda rodada; mais duas mãos serão levantadas. Volte a repetir a mesma comanda descrita anteriormente por mais algumas vezes, a cada vez você obterá mais mãos levantadas.
Na hora de refletir com o grupo sobre o significado da brincadeira, conte que aquela marca era o indicativo de uma doença transmissível. Em seguida, conduza uma conversa sobre como se propaga uma doença e como doenças diferentes, dependendo da forma de contágio, se transmite de forma mais ou menos rápida. Basta sugerir ao grupo que observe o número de mãos levantadas, representando o rápido avanço da doença.
Depois da brincadeira, convide o grupo a formar um círculo e inicie uma roda de conversa. Você pode lhes dizer que uma das maneiras de evitar pegar certas doenças é a vacina. Com base nisso, pergunte: Vocês já tomaram alguma vacina? Sabem quais? Têm cartão de vacinas? A partir das respostas da turma, convide-os a formar uma lista das vacinas recebidas e com que finalidade.
Para concluir esta sessão, peça que os meninos e as meninas procurem saber com pais ou responsáveis se têm cartão de vacinas e quais vacinas, de fato, foram tomadas. Quem tiver o cartão de vacinas deve trazê-lo no encontro seguinte.
E se? Pode acontecer que alguma criança ou adolescente do grupo não tenha cartão de vacina. Razões familiares podem condicionar decisões relativas à prevenção de doenças transmissíveis. Nesse caso, é importante um esclarecimento sobre o papel das vacinas e, eventualmente, uma conversa com os responsáveis. Pode acontecer também que pessoas do grupo não conheçam as finalidades das vacinas e as doenças que podem ser evitadas com seu uso. Nesse caso, vale a pena convidar a turma a fazer uma pesquisa sobre o assunto.
Segundo encontro
Retome o trabalho do encontro anterior perguntando ao grupo sobre as vacinas que cada um já tomou. Em seguida, organize com a turma uma campanha de atualização de vacinas no bairro onde se situa a instituição/escola. Neste contexto de pandemia, a campanha deve ser realizada via redes sociais.
Para tanto, apresente ao grupo os calendários de vacinas para crianças, jovens e adultos organizados pelo Ministério de Saúde. A seguir converse com a turma e peça que observem os cartões de vacina (quem tiver trazido). Com base nesse documento, convide o grupo a comparar as vacinas já tomadas com as previstas nos calendários oficiais. Peça-lhes que digam se já tomara todas as vacinas, se os datas de vacinação estão compatíveis com os prazos determinados pelos órgãos oficiais e ainda outras observações que queiram fazer.
E se? Se você notar que outras crianças de sua instituição não têm vacinas ou não tomaram certas vacinas, e se achar pertinente, este mesmo movimento de conhecer o cartão poderá ser repetido com outros grupos, de modo que todos possam conferir sua situação em relação à prevenção de doenças.
Hora de avaliar
A avaliação poderá ser feita por meio da construção de gráficos que ajudem o grupo a controlar a atualização da carteira de vacinas entre os integrantes e os estudantes da instituição/escola.
O resultado dessa mobilização deve ser divulgado na campanha de estimulo à atualização de vacinas por parte da população do entorno do bairro da instituição/escola. Essa divulgação deverá conter o endereço dos postos de saúde da região, acompanhado dos horários de funcionamento e dos nomes de responsáveis pela vacinação.
E se algum grupo não souber como elaborar um folheto é importante conversar com a turma sobre o assunto e mostrar alguns exemplares.
Para ampliar
Além desta oficina, o grupo pode pesquisar mais sobre a história das vacinas ou sobre doenças que foram erradicadas com seu uso, como a poliomielite ou a varíola; ou ainda sobre doenças que persistem apesar da aplicação das vacinas, tais como sarampo, caxumba, rubéola etc.
Outra discussão que pode ser feita é sobre a seguinte questão: o que pode ser feito quando não há vacinas para prevenir as doenças, como ainda é o caso da Covid-19, da dengue e do HIV? Combine com o grupo um estudo sobre uma dessas doenças. Esse estudo deverá revelar ao grupo que a ausência da vacina requer da população cuidados para que não haja propagação de seu agente transmissor.
A mesma conclusão poderá ser facilitada no caso de pesquisas relativas a doenças tais como leptospirose, malária e outras para as quais a medicina ainda não conseguiu desenvolver vacinas.
As investigações feitas deverão ser amplamente divulgadas tanto entre o grupo quanto na instituição/ escola. Para tanto, organize debates on-line, seminários, publique notícias nas redes das quais o grupo participa etc.
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