Investidores
Banco Mundial e Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Objetivo
Contribuir para a melhoria da aprendizagem de estudantes com defasagem idade-série nos anos iniciais do ensino fundamental.
Abrangência
Município de São Paulo (SP)
Público
Crianças (370 mil), docentes (10 mil), coordenadoras(es) pedagógicas, supervisoras(es) de ensino
Produtos
Publicações:
- Ensinar pra Valer! Módulos 1, 2, 3, 4 – Livro do Professor. Cenpec (1998).
- Aprender pra Valer! Módulos 1, 2, 3, 4 – Livro do Aluno. Material complementado por fichas, cartazes e jogos. São Paulo: Cenpec (1998).
- Ensinar pra Valer! Aprender pra Valer! Avaliação. Cenpec (1998).
- Aprender pra Valer! Português. Para ler nas férias. Cenpec (1996).
- Reorganização da Trajetória Escolar: Classes de Aceleração – Documento de Implementação. Cenpec (1998).
- Reorganização da trajetória escolar no Ensino Fundamental: Classes de Aceleração – Proposta Pedagógica Curricular. Cenpec (1998).
Vídeos:
- Zero para a Repetência! Cenpec; Secretaria de Estado da Educação(SP) (1996).
- Entrevistas com os participantes do projeto Classes de Aceleração. Cenpec (1996).
- Classes de Aceleração – Videopalestra. Secretaria de Estado da Educação (SP) (1997).Entrevistas com os participantes do projeto Classes de Aceleração. Cenpec (1998). V.1-2-3.
Premiações
Prêmio Criança e Paz
Categoria: Educação
Instituição: Unicef
Ano: 1998
Sobre o projeto
No estado mais populoso do Brasil, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE/SP) administrava uma rede, em 1996, que compreendia mais de 6.000 escolas, onde estudavam quase 6 milhões de estudantes, das(os) quais 5 milhões no Ensino Fundamental (2.600.000 estudantes nas 1ªs a 4ªs e 2.400.000 nas 5ªs a 8ªs séries). Ao final de 1995, as taxas de reprovação no ensino fundamental eram da ordem de 12% e as de evasão, quase 10%; quase 30% das(os) estudantes da 1ª à 4ª série apresentavam dois ou mais anos de defasagem; da 5ª à 8ª série, essa proporção atingia mais de 40%.
Nesse ano, a então recém-empossada gestão da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo decidiu enfrentar o problema da elevada incidência de alunos com idade superior à prevista para a série que estavam cursando. Considerando que tal defasagem decorre principalmente da repetência e suas causas, a SEE/SP elaborou o projeto “Reorganização da Trajetória Escolar no Ensino Fundamental: Classes de Aceleração”, que visava a um esforço concentrado nos alunos defasados, de modo a lhes permitir a promoção para séries mais avançadas e adequadas à sua idade. Ainda em 1995, uma equipe da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão da SEE/SP, elaborou uma proposta pedagógica voltada aos alunos defasados das quatro séries iniciais. Essa proposta guiou a organização das Classes de Aceleração, assim como a produção do material de apoio e a formação de professores, desenvolvidas especificamente para as CAs.
Coube ao Cenpec, a partir de 1996, elaborar material para professores e alunos, com base na proposta pedagógica da FDE, e prover a formação continuada dos professores para assumir com sucesso a condução das CAs.
Em 1997, ações complementares para a formação de técnicos – coordenadores pedagógicos das escolas e assistentes das DEs – também foram realizadas, visando a dar suporte ao trabalho dos regentes, especialmente na tarefa junto aos alunos ainda não alfabetizados, intensificando-se as ações de acompanhamento.
A proposta foi considerada inovadora porque partia do princípio de que os conteúdos curriculares não “pertencem” a uma série determinada. Eles foram reagrupados em unidades e eixos temáticos, com base em sua abrangência, relevância e adequação ao universo cultural dos alunos. Além disso, criaram-se condições favoráveis a uma nova sistemática de avaliação, tornando o contexto escolar estimulante para favorecer a ocorrência da aprendizagem, buscando transformar crianças, antes estrangeiras à cultura escolar, em alunos motivados, ativos, com bom rendimento e, sobretudo, confiantes na própria capacidade de aprender.
As(Os) docentes foram capacitadas(os) pelo Cenpec para diversificar o jeito de ensinar e favorecer a interação em sala de aula. Para elaborar as propostas, levou-se em conta a realidade do público (estudantes e docentes) e a interação com os educadores durante as capacitações, incorporando as contribuições e as necessidades que, explícita ou implicitamente, traziam em relação ao trabalho. A sistemática de capacitação adotada para as(os) professoras(es) apoiou-se no material produzido para ajudá-las(os) a operacionalizar a proposta cotidiana na sala de aula, solidificando sua prática, fortalecendo sua autoconfiança e favorecendo uma visão de conjunto das atividades de cada componente e dos objetivos a que serviam.