Ao discutir a volta das aulas presenciais, é preciso entender que o ensino híbrido vai além de simplesmente misturar as aulas presenciais e remotas
Por Stephanie Kim Abe
Um dos poucos consensos que existem nas discussões sobre a volta às aulas presenciais é de que ela precisa ser feita de forma gradual. Isso significa que nem todos os alunos e as turmas poderão retornar à escola, já que é preciso garantir o distanciamento social nas salas de aula e demais espaços da escola.
Essa realidade, em que parte da classe retoma aulas presenciais e outra permanece em casa em ensino remoto, tem significado, para muitos, um ensino híbrido. Mas é preciso entender melhor esse conceito, que não se traduz por simplesmente colocar uma câmera em sala e filmar a aula para ser assistida de forma síncrona pelos alunos em casa.
“O ensino híbrido se fundamenta na mistura do presencial e do on-line, mediado por tecnologias digitais, mas também considera outras misturas: de diferentes espaços de aprendizagem, linguagens e sujeitos. Tanto que o termo em inglês é blended learning”, explica Adriana Silvia Vieira, coordenadora de Tecnologias Digitais do CENPEC Educação.
O ensino híbrido significa então uma prática pedagógica que considera as possibilidades de utilizar o audiovisual, a cultura digital, o impresso ou o áudio, seja na sala de aula, no laboratório, em casa ou outros espaços, no momento de ensinar.
O caminho a seguir será definido colocando o estudante no centro do processo de ensino-aprendizagem. “E entendendo também que cada sujeito tem o seu tempo e seus estilos de aprendizagem”, diz Adriana.
Educação convencional: transmissão de conteúdo
Se antigamente a escola era o lugar onde se acessava e se transmitia o conhecimento, hoje em dia ela já não precisa mais ocupar apenas esse lugar.
“Não faz mais o menor sentido, nessa sociedade em que há a Internet e o conhecimento aberto, centrar o papel do professor como o grande transmissor do conteúdo”, diz Adriana.
Nesse sentido, o professor passa a ter uma função de propor atividades que façam com que os alunos desenvolvam outras habilidades e competências, e dialoguem com a realidade, transpondo a sala de aula.
O professor como mediador e o estudante como protagonista não são pressupostos recentes, dialogam com muitas teorias da área da educação. Mas com as tecnologias digitais, vejo que isso ficou muito evidente.”
Adriana Silvia Vieira, coordenadora de Tecnologias Digitais do CENPEC Educação
Metodologias ativas
Na prática, o ensino remoto se utiliza de metodologias ativas, que são aquelas que tem em sua centralidade o estudante. É o caso, por exemplo, da sala de aula invertida.
“Nela, o aluno realiza um estudo prévio, com vídeos ou textos, por exemplo, fora do horário de aula ou do espaço físico da classe, muitas vezes com o uso de recursos digitais. Uma vez na sala de aula, ele vai interagir, debater, ampliar, com os outros colegas e com a ajuda do professor, como especialista no assunto”, explica Adriana.
No estudo prévio, o professor pode pedir para os alunos fazerem uma pesquisa na Internet, mas também pode ele mesmo fazer um vídeo expositivo, por exemplo, sobre o assunto a ser tratado. O importante é entender o uso da tecnologia como uma ferramenta, e não um fim por si só; e o foco da aula como uma reflexão coletiva e uma ampliação de visões, não tanto um momento de passar e receber conteúdos passivamente.
A rotação por estações também é outra metodologia ativa muito utilizada no ensino híbrido. Consiste em separar os alunos em grupos que vão realizando, concomitantemente, diferentes atividades sobre o mesmo tema.
“Enquanto um grupo em casa está utilizando o tablet ou o celular para fazer um determinado conteúdo (como um jogo), o grupo localizado na escola está trabalhando o mesmo conteúdo, mas com atividades diversificadas. Enquanto um grupo utiliza o livro didático para fazer exercícios, outro pode realizar uma atividade no pátio ou uma entrevista com alguém”, diz.
Ensino baseado em projetos e aulas mão-na-massa (maker) também são outras metodologias ativas que fazem parte desse pacote bastante utilizado no ensino híbrido.
Ao utilizar essas metodologias ativas e as tecnologias nesse processo, o professor deve sempre focar a integração com o currículo e pensar que as atividades fazem parte do mesmo roteiro, devem estar articuladas e conectadas entre si. Elas permitem que o conteúdo seja expandido, mas também que competências gerais e outras habilidades sejam desenvolvidas – como o pensamento crítico, a autonomia e a criatividade dos alunos.
O diagnóstico é fundamental para entender quais alunos têm acesso às tecnologias e quais não. Assim como a avaliação diagnóstica, para entender que aprendizagens os estudantes tiveram durante esse período de ensino remoto. Esse panorama é necessário para planejar percursos pedagógicos de ensino híbrido efetivos.
Para Adriana Vieira, é importante levar em consideração quatro variáveis na hora de planejar e estruturar o ensino híbrido: infraestrutura, formação, gestão e material didático.
“Não adianta só ter a formação (inicial e continuada) do professor, mas não ter infraestrutura. Ou não ter uma gestão que dê suporte, porque é preciso um trabalho coletivo, uma flexibilização dos tempos da escola. Os materiais didáticos precisam contemplar diferentes linguagens também. De uma forma reduzida, acho que esses quatro eixos precisam estar articulados” diz a coordenadora.
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