Bússola histórica: a literatura brasileira no tempo
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"Descobrimento do Brasil" / Ciclo do pau-brasil (exploração de mão de obra indígena)
1500
Chegada da esquadra portuguesa às terras de Pindorama (do tupi, Pindó-rama ou pindó-retama, "terra/lugar/região das palmeiras").
Primeiro documento escrito em terras brasileiras.
Lopo Homem Terra Brasilis, 1519.
1530
Início da colonização – vinda da primeira expedição para ocupar o litoral brasileiro.
1532
Fundação do primeiro engenho de açúcar.
1533
Primeiro registro de envio de escravizados africanos para o Brasil.
(O chamado tráfico negreiro foi intensificado entre os anos de 1700 e 1822.)
1549
Chegada da Companhia de Jesus e criação da primeira escola elementar no Brasil.
1595
José de Anchieta publica em Coimbra (Portugal) a primeira gramática sobre uma língua do tronco Tupi: a Arte da gramática da língua mais falada na costa do Brasil. O padre jesuíta também escreveu textos de teatro (autos), canções e poemas, a maioria de cunho religioso, com o objetivo de converter os indígenas ao cristianismo.
Benedito Calixto, Evangelho nas selvas (Padre Anchieta), 1893.
1601
ProsopopeiaO poema épico de Bento Teixeira é considerado o marco inicial do nosso Barroco. Tem como modelo Os lusíadas, do português Luís Vaz de Camões.
Bento Teixeira 1561 (?)-1618 (?), Prosopopéa. Rio de Janeiro: Alvaro Pinto; Annuario do Brasil, 1923.
1682
Gravura representando Gregório de Matos.
Considerado o maior poeta barroco brasileiro, retorna ao Brasil após 30 anos vivendo em Portugal. Eterniza-se por seus poemas satíricos, criticando as autoridades e os costumes de Salvador, sua terra natal, além da poesia erótica e amorosa, que lhe vale o apelido de Boca do Inferno.
1698 - 1699
Início do Ciclo do Ouro (MG, GO) Primeiras minas descobertas - Rio das Velhas (MG).
Carlos Julião, Mineração de diamantes, c. 1770.
Apogeu da mineração
1769 - 1795
Conjuração de PoetasO "Grupo Mineiro", ou "Plêiade Mineira", floresceu na região de Vila Rica (atual Ouro Preto, MG), a mais rica e populosa da colônia na época. O grupo, formado pela elite intelectual mineira, da qual fazem parte escritores como José Basílio da Gama (Uraguai), Tomáz Antônio Gonzaga (Marília de Dirceu), Cláudio Manuel da Costa (Obras poéticas de Glauceste Satúrnio), ensaia os primeiros passos na direção de nossa autonomia literária e política. O movimento dá origem à Inconfidência Mineira, cujo grande símbolo é Tiradentes.
Leopoldino de Faria (1836-1911), Resposta de Tiradentes, óleo sobre tela.
1789
Movimentos pela Independência do Brasil:
• Inconfidência Mineira (reivindica autonomia política e econômica).
• Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates – reivindica independência e fim da escravidão).
1807
Chegada da Família Real portuguesa às terras brasileiras – o Brasil se torna sede do Império.
Com a instalação da corte no Rio de Janeiro, a vida socioeconômica, política e cultural da cidade ganha novos ares, com a criação da Real Academia de Belas Artes (atual Museu Nacional de Belas Artes), da Imprensa Régia (antes não havia livros publicados no Brasil), e da Biblioteca Real (hoje Biblioteca Nacional), entre outras instituições.
Autor desconhecido. Embarque da Família Real portuguesa, séc. XX.
1822
Proclamação da Independência.
Pedro Américo. Independência do Brasil. Óleo sobre tela, 1888.
1835
Revolta dos Malês, na cidade de Salvador (BA) – pela libertação dos malês (escravizados islâmicos).
1836
Gonçalves de Magalhães publica Suspiros Poéticos e Saudades, considerado a primeira obra do Romantismo no Brasil. O livro expressa o antilusitanismo, sentimento muito popular no país após a Independência. A obra traz também a busca de uma identidade nacional.
1850
Proibição do tráfico negreiro.
1851
O romântico Gonçalves Dias publica o poema
"I-Juca Pirama",
no livro Últimos cantos.
1864 - 1870
Guerra do Paraguai.
1869
Johann Moritz Rugendas, Navio negreiro. Óleo sobre tela, 1830.
O baiano Castro Alves escreve o poema "O navio negreiro". Nele o poeta denuncia a terrível situação dos africanos trazidos à força nos navios negreiros, ou tumbeiros.
1882
Machado de Assis publica o conto "O alienista"
(considerado novela por alguns teóricos). Previamente publicado no jornal carioca A Estação de outubro de 1881 a março de 1882, é incorporado ao livro Papéis avulsos (1882).
1888
Fim da escravidão.
1889
Proclamação da República.
República da Espada
1891
Primeira Constituição republicana.
1893
Revolta da Armada.
Juan Gutierrez. Foto de tropas brasileiras no Rio de Janeiro, 1894.
Inglês de Souza (PA) publica Contos amazônicos
e Cruz e Souza (SC) publica Broquéis.
Política Café com Leite
1896 - 1897
Guerra de Canudos (BA)
Juan Gutierrez. Foto de tropas brasileiras no Rio de Janeiro, 1894.
1902
Euclides da Cunha publica Os sertões. Com base no determinismo, teoria que afirma ser o homem determinado pelo meio, pela raça e pelo momento histórico, a obra é dividida em: A terra (o sertão nordestino), O homem (o sertanejo) e A luta (a Guerra de Canudos). Nessa última, relata o conflito e o massacre de Canudos, que Euclides acompanhou como jornalista.
1910
Revolta da chibata (RJ)
1922
Entre 11 e 18/2, ocorre a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (SP). Participam do evento artistas ligados a pintura, escultura, literatura e música, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Victor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos e Di Cavalcanti.
Mário de Andrade, um dos principais organizadores da Semana de Arte Moderna, publica o livro de poemas Paulicéia desvairada, um marco do nosso Modernismo. A musa desses poemas é a cidade de São Paulo.
1925 - 1927
Coluna Prestes
Era Vargas
1930
Golpe de Estado – Getúlio Vargas toma o poder.
1931
Monteiro Lobato publica
Reinações de Narizinho,
junção de várias histórias para crianças
publicadas pelo autor entre 1920 e 1930.
1937 - 1945
Estado Novo.
1946
Guimarães Rosa lança
o livro de contos Sagarana.
República Nova
1945
Getúlio Vargas renuncia à Presidência da República.
1955 - 1960
Governo Juscelino Kubitschek.
1955
Ariano Suassuna publica o
Auto da Compadecida,
inspirado em narrativas de cordel.
1961 - 1964
Governo Jânio Quadros / João Goulart (Jango).
1963
Paulo Freire alfabetiza a primeira turma de adultos, em Angicos (RN). Créditos: DHnet
Regime Militar
1964
Golpe militar destitui Jango da presidência da República.
1965
Vem a público Poemas dos becos de Goiás
e estórias mais, primeiro livro da doceira Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, pseudônimo Cora Coralina.
1966
Início de protestos de estudantes contra a ditadura.
1968
Presidente Costa e Silva fecha o Congresso Nacional e decreta o Ato Institucional nº 5.
1969
Sequestro do embaixador americano Charles Elbrick em troca da libertação de presos políticos.
1972
Começam os confrontos armados entre os guerrilheiros e as forças armadas.
1974
Início da reabertura política.
1977
O escritor baiano Jorge Amado lança o romance Tieta do Agreste, sem problemas com a censura.
1982
Caio Fernando Abreu publica o livro de contos Morangos mofados,
marco na contracultura brasileira da época.
1983 - 1984
Movimento Diretas Já.
1985
Emenda constitucional restabelece eleições diretas para presidente / Criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
1988
É promulgada a nova Constituição Federal.
1989
Primeira eleição direta para presidente desde 1961.
1992
Impeachment de Fernando Collor de Mello.
1996
É promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
1997
Criação do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).
1998
Thiago de Mello publica o livro
Amazonas: águas, pássaros, seres e milagres,
ilustrado com bordados da família Dumont.
2005
Vem a público a segunda edição do livro
Gosto de África,
de Joel Rufino dos Santos.
2006
Criação do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
2008
Torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.
2009
Acordo ortográfico estabelece novas regras para a língua portuguesa no Brasil e em outros países que usam o idioma.
2010
Manoel de Barros publica suas Memórias Inventadas - As Infâncias de Manoel de Barros.
2010
É promulgada a lei que torna obrigatória a existência de biblioteca em todas as escolas do país.
2012
Pacto Nacional pela Alfabetização (Pnaic) estabelece a meta de alfabetização até os 8 anos de idade.
2014
É aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE).
2015
O país discute a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).