Engana-se quem pensa que no Brasil só se fala uma língua, o português. Há, no país, 274 línguas indígenas faladas ainda hoje – além, claro, da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A Libras é a primeira língua das pessoas surdas no Brasil, e é por meio dela que cerca de 5% das pessoas do país aprendem a se comunicar.
Por essa língua não ser expressar através da oralidade, muitas vezes esquecemos de sua existência. Para combater essa prática, o Programa Escrevendo o Futuro publicou, na semana passada, o artigo A educação de pessoas surdas no Brasil. Escrito por Inácio Jordan de Lisboa Silva, professor de Arte, Cultura e Educação Patrimonial em Luzilândia (PI), o texto resgata o histórico de educação formal para as pessoas surdas no Brasil, que começou no século XIX, durante o Brasil Império.
O artigo também trata das diferentes correntes filosóficas que embasam o ensino para as pessoas surdas e as dificuldades pelas quais o movimento que defende o direito dessa população tem passado nos últimos anos.
Ao final, há dicas de como educadoras(es) podem se preparar para pensar práticas bilíngues, como o autor discorre nesse trecho:
Aprender o alfabeto manual e ensinar às demais educandas e educandos, pensar atividades que envolvam ilustrações, levar vídeos com legenda em português, ter o cuidado de nunca virar as costas à(ao) aluna(o) surda(o), já que grande parte de sua comunicação é visual e espacial, e ter sensibilidade ao corrigir provas escritas, focando na coerência do texto, são estratégias que podem fazer esta(este) estudante sentir inserida(o) no contexto escolar.”
Inácio Jordan de Lisboa Silva
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