Entrevista: Educação e vulnerabilidade social

-

Entrevista: Educação e vulnerabilidade social

Pesquisa Educação em territórios vulneráveis

Nesta entrevista ao programa Notícias Univesp, Maurício Érnica, um dos responsáveis pela pesquisa Educação em territórios de alta vulnerabilidade social na metrópole, apresenta objetivos e dados da investigação desenvolvidas em escolas de São Miguel Paulista, distrito da zona leste de São Paulo (SP).

Uma das constatações da pesquisa é que as escolas presentes nas metrópoles brasileiras têm resultados de avaliação externa inferiores às das escolas localizadas em cidades médias. Uma hipótese para explicar esse cenário é que as metrópoles são marcadas pela segregação social. Ou seja, os serviços públicos e direitos básicos, entre eles a educação, estão concentrados nas regiões mais centrais, enquanto as periferias são desprovidas desses bens e direitos. Assista:


Esta entrevista é um dos produtos da pesquisa Educação em territórios vulneráveis
Período de realização: 2009 a 2012.
Parceiros: Fundação Tide Setubal, Fundação Itaú Social e Fapesp 

Ementa:
O objetivo geral desta pesquisa foi explorar a hipótese do efeito de território sobre as oportunidades educacionais. Seus objetivos específicos consistiram em apreender se e como desigualdades nos níveis de vulnerabilidade social da vizinhança da escola impactam a oferta educacional que ali se realiza e, por meio dela, o desempenho dos estudantes. A investigação conjugou procedimentos metodológicos de natureza quantitativa e qualitativa, tendo como campo uma subprefeitura da região leste do município de São Paulo (SP).

A análise dos dados mostra que, quanto maiores os níveis de vulnerabilidade social do entorno do estabelecimento de ensino, mais limitada tende a ser a qualidade das oportunidades educacionais por ele oferecidas. Mostra também que o efeito negativo do território vulnerável sobre a escola se exerce por meio de cinco mecanismos articulados: isolamento da escola no território; reduzida oferta de matrícula na Educação Infantil; concentração e segregação de sua população escolar em estabelecimentos de ensino nele localizados; mecanismos de interdependência competitiva entre escolas; e dificuldades, dada essa posição de desvantagem, para garantir o funcionamento do modelo institucional que orienta a organização escolar.