13 de maio: uma data para discutir a história e debater o racismo
Entenda por que o Dia da Abolição da Escravatura não representa a luta do movimento negro e descubra materiais para fortalecer uma educação antirracista
Por Stephanie Kim Abe
“Em nós, até a cor é um defeito, um vício imperdoável de origem, o estigma de um crime; e vão ao ponto de esquecer que esta cor é a origem da riqueza de milhares de salteadores, que nos insultam; que esta cor convencional da escravidão, como supõem os especuladores, à semelhança da terra, ao través da escura superfície, encerra vulcões, onde arde o fogo sagrado daliberdade” (Gazeta do Povo, 1880)
O trecho acima foi escrito por Luiz Gama (1830-1882), negro baiano filho de Luíza Mahin – uma das lideranças da Revolta dos Malês (1835). Tendo estudado por conta própria, foi poeta, jornalista e advogado, libertando mais de 500 pessoas escravizadas ilegalmente à época.
Apesar de ter sido um dos principais nomes do movimento abolicionista no Brasil na segunda metade do século 19, junto a José do Patrocínio e André Rebouças, não é a sua história ou os seus feitos os que comumente aprendemos na escola. Conheça a história no vídeo ao lado:
Quando falamos em abolição da escravidão, é da Lei Áurea (Lei 3.353), sancionada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, que mais nos lembramos. E é por não dar conta de traduzir toda a complexidade desse processo e de não enaltecer os reais protagonistas dessa luta que a data tem sido discutida ao longo dos anos.
Tanto é que o Dia da Consciência Negra é comemorado no dia 20 de novembro, dia da morte do líder Zumbi dos Palmares, fruto da luta do movimento negro por uma data mais significativa.
Trazer essa discussão para a sala de aula e para a escola como um todo faz parte do movimento de avançar na descolonização do currículo, de trazer diferentes pontos de vista e de valorizar a cultura, os personagens e a história afro-brasileira e africana.
Para ajudar a pensar na importância da educação antirracista, listamos a seguir alguns materiais que tratam de diferentes aspectos que perpassam essa temática. Há documento de recomendação de políticas públicas, dicas de mediação de leitura, reportagem sobre o 13 de maio, quiz, perfil antirracista de rede social, oficinas etc.
Confira!
Reportagem Quem exalta o 13 de maio de 1888 em 13 de maio de 2022
Apesar de publicada há um ano, essa matéria jornalística do Nexo Jornal explica bem o contexto de movimentos que apoiam a exaltação da data e veem a Princesa Isabel como “heroína”, e aquelas(es) que questionam o seu papel nesse movimento.
Vídeo Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas
Sensação de não pertencimento. É assim que define Cida Bento, fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), logo no começo do vídeo, ao se ver na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde esse documentário foi filmado.
O lugar é simbólico e significativo para a conversa que acontece ao longo dos 15 minutos dessa produção: Cida Bento e Daniel Munduruku, escritor e ativista indígena, conversam sobre ciência, desenvolvimento de tecnologia e a importância de trazer outros olhares e pontos de vista para a academia.
“As populações indígenas trazem um saber ancestral para a universidade. E, ao invés de tentar absolver esses saberes, eles querem que os jovens sejam e aprendam como eles querem ensinar”, diz Daniel.
O documentário é produzido pela Alma Preta, em parceria com o Observatório da Branquitude.
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Documento Equidade Étnico-Racial Na Educação (ERER)
Lançado em abril, este documento é voltado para gestoras e gestores municipais, estaduais e federal, no sentido de recomendar políticas de equidade étnico-racial.
Elaborado pelo Todos pela Educação em parceria com a Mahin Consultoria Antirracista, o documento faz uma contextualização histórica do racismo no Brasil e como ele afeta as desigualdades educacionais e traz uma linha do tempo com os principais marcos históricos e normativos voltados para as populações negras, indígenas e quilombolas na educação.
O documento abrange questões relacionadas à gestão de sistemas educacionais e financiamento, gestão escolar e de professoras(es), políticas pedagógicas e educação escolar quilombola e indígena.
Fortalecer as políticas de pesquisa com recorte étnico-racial, a formação continuada de docentes, gestores(as) e equipe técnica e revisar projetos políticos pedagógicos (PPP) das instituições escolares são algumas das recomendações transversais que aparecem no sentido de enfrentar as desigualdades educacionais e promover políticas educacionais sistêmicas que garantam o desempenho acadêmico e a permanência escolar de pessoas negras, indígenas e quilombolas.
Dentre as propostas de oficinas a serem realizadas com estudantes publicadas neste portal, há algumas relacionadas à questão das desigualdades e seus marcadores sociais, como de raça e gênero.
A oficina Ações afirmativas para quê? busca trabalhar o reconhecimento da importância de políticas públicas que garantam a reparação histórica. Na oficina A branca ou a negra: que boneca você prefere?, discute-se o racismo estrutural e sua relação com a exclusão social, buscando reconhecê-lo como um fenômeno a ser trabalhado na escola também.
A oficina Cor e preconceito no Brasil tem como objetivo desconstruir estereótipos e trabalhar o respeito a todos e todas, independentemente das suas origens. Já a Mulheres negras no cenário nacional propõe uma pesquisa sobre mulheres negras brasileiras de destaque para compreender qual a situação profissional desse grupo.
Todas as oficinas trazem contextualização e passos de como podem ser conduzidas, além de indicação de público alvo, expectativas, materiais e espaço necessários e tempo de duração.
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Vídeo Mediação de leitura como ferramenta para a construção de uma educação antirracista
Nesta vídeo-aula, a contadora de histórias Paula Lisboa indica sete livros infantis que contribuem para o reconhecimento da estética afro-brasileira e a elevação da autoestima das pessoas negras, além de títulos escritos por autoras(es) negras(os).
Paula não apenas indica, mas mostra as obras e comenta aspectos que podem ser explorados em cada uma delas com crianças de 6 a 10 anos (ensino fundamental I). Entre os livros, estão Amoras (Emicida), Meu crespo é de rainha (bell hooks) e Ei, você (Dapo Adeola).
“… enquanto apresentarmos só ou majoritariamente histórias do imaginário europeu, que trazem o universo da pessoa branca como referência única e hegemônica de identidade para as crianças, estamos colocando a formação desses leitores no perigo da construção de uma história única”, explica no vídeo:
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Perfil de rede social Descolonize
Criado e administrado por três mulheres capixabas, o perfil Descolonize: educação e cultura negra no Instagram traz conteúdos relevantes e reflexivos sobre a questão da raça no Brasil.
Entre os posts, estão listas de livros para trabalhar a temática com crianças e adolescentes, questionamentos sobre os impactos do Novo Ensino Médio nas populações mais pobres e negras, e muito mais.
As criadoras Maga, Vivi e Tay também realizam consultorias, cursos e palestras sobre educação antirracista para escolas e empresas.
Quiz Você é uma(m) aliada(o) antirracista na escola?
Neste teste, é possível conhecer termos e situações racistas que podem aparecer em sala de aula e descobrir como lidar com elas para garantir uma educação antirracista.
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