OCDE divulga resultados da última avaliação mundial da educação básica. Desempenho dos estudantes brasileiros apresenta alterações pouco significativas
Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2018 foram divulgados hoje (3/12) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No Brasil, o responsável pelo Programa é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC).
Aplicadas em maio de 2018, as avaliações envolveram 79 países e territórios. Os resultados possibilitam comparar os conhecimentos e as habilidades em leitura, matemática e ciências dos estudantes brasileiros em relação a alunos de outros países. A cada ano, um desses campos é destacado nas avaliações. Nesta edição, o foco foi o domínio de leitura. Além disso, a avaliação de letramento financeiro foi oferecida como opção.
Quem são os estudantes avaliados no PISA
Os participantes têm entre 15 anos e 16 anos de idade e devem ter pelo menos seis anos de escolaridade formal, matriculados em escolas públicas, privadas ou escolas estrangeiras dentro do País. Foram avaliados uma amostra de 597 escolas e 10.691 estudantes, distribuídos por todo o território nacional.
Resultados desta edição
Caracterizada por perguntas que não são “conteudistas”, o diagnóstico do PISA busca medir se os estudantes adquiriram conhecimentos e habilidades necessárias para participar de forma plena na sociedade.
Nesta edição, os melhores resultados foram de Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang, que lideraram o ranking de matemática e ciências. Em leitura, as quatro províncias chinesas dividiram o primeiro lugar com Singapura.
Já na América Latina e Caribe, o melhor desempenho foi do Chile e o pior, da República Dominicana. Entre os países da América do Sul, a Argentina ficou em último lugar.
Letramentos avaliados no PISA
O documento PISA 2018 Assessment and Analytical Framework (OCDE, 2019) traz as seguintes definições sobre os domínios avaliados no Programa:
O Brasil no PISA
Em relação aos resultados da edição anterior, de 2015, a média de pontos dos estudantes brasileiros teve um ligeiro aumento: 6 pontos em leitura (de 407 para 413), 6 pontos em matemática (de 377 para 384) e 3 pontos em ciências (de 401 para 404).
Apesar dessa elevação, nossa posição no cômputo geral ainda é baixa. Entre os 79 países e regiões participantes da avaliação, ficamos no 57º lugar em leitura, 70º em matemática e 65º em ciências.
Esses resultados apontam um quadro de estagnação da educação brasileira, que segue bem atrás de nações com economia mais desenvolvida e mesmo de países com realidade próxima da nossa, como México, Chile e Uruguai. No entanto, estamos à frente de Argentina e República Dominicana, contrariando o prognóstico do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que estaríamos na última posição entre os países sul-americanos.
Para a diretora de Tecnologias Educacionais do CENPEC Educação, Maria Amabile Mansutti, com a redução dos investimentos públicos em educação e a descontinuidade de políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, pode-se prever que os próximos resultados dessa avaliação mundial no Brasil serão iguais ou piores.
Desde o início do atual governo federal, a educação básica, assim como o ensino superior, vem sofrendo cortes, ao contrário do que anunciava o discurso oficial.
Vale lembrar que a área vem perdendo recursos significativos desde a aprovação da Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os investimentos sociais no país.”
Maria Amabile Mansutti
A especialista também chama a atenção para a importância de dar continuidade a políticas públicas estruturantes que articulem as três esferas: federal, estaduais e municipais, a fim de construir o Sistema Nacional de Educação (SNE), previsto na Constituição Federal de 1988, do qual o Plano Nacional de Educação (PNE) seria o articulador.
Desempenho em leitura
Em leitura, a média dos jovens brasileiros (413 pontos) está 74 pontos abaixo da média dos países da OCDE (487 pontos).
Segundo oRelatório Brasil no PISA 2018(versão preliminar, OCDE, 2019), divulgado no site do Inep, os 10% dos estudantes brasileiros com pior desempenho nesse domínio obtiveram média de 286, e os 10% com melhor desempenho, 548.
O documento aponta também que o País teve o maior desempenho em letramento em leitura na série histórica, com 6 pontos de diferença com relação à edição de 2015. Essa elevação, porém, não é significativa em termos estatísticos. Em termos regionais, os estados da região Sul apresentam a maior média nacional (432), seguidos da região Centro-Oeste (425), Sudeste (424), Norte (392) e Nordeste (389).
Proficiência em ciências
A média dos estudantes brasileiros em ciências nesta edição do PISA foi de 404 pontos, 85 pontos abaixo da média dos estudantes dos países da OCDE (489). Os 10% dos estudantes brasileiros com pior desempenho obtiveram 292 pontos, e os 10% com melhor desempenho, 527.
Da perspectiva nacional, os dados revelam que as regiões Norte e Nordeste apresentam médias de proficiência significativamente menores que a do restante do Brasil; o Centro-Oeste apresenta média igual à do Brasil; Sul e Sudeste, por sua vez, apresentam médias acima da nacional.
Domínio de matemática
Em matemática, a média dos jovens brasileiros foi de 384 pontos, 108 pontos abaixo da média dos estudantes dos países da OCDE (492). Os 10% dos estudantes brasileiros com pior desempenho obtiveram média de 277 pontos, e os 10% com melhor desempenho, 501.
O relatório do PISA observa que, apesar de estagnado desde a avaliação de 2009, o desempenho médio dos estudantes brasileiros em matemática teve “um aumento estatisticamente significativo” entre os matriculados na 1ª série do Ensino Médio, em relação às edições de 2009, 2012 e 2015.
Em outras palavras, o estudante que teve uma trajetória escolar regular alcançou uma média de desempenho que superou aquelas encontradas nos ciclos anteriores. Esse resultado parece indicar a importância de o aluno seguir uma trajetória escolar regular, ou seja, acessar o sistema de ensino, progredir e concluir as etapas em que o ensino é organizado na idade esperada.”
OCDE, 2019.
Apontada pelo senso comum como a grande responsável pelo mau desempenho dos estudantes brasileiros em avaliações externas, a matemática é cercada de muitos mitos, afirma Maria Amabile Mansutti. Alguns desses: apenas pessoas muito inteligentes aprendem matemática; meninos são melhores que meninas nessa área; o professor de matemática é bom porque reprova etc.
“Essa visão é um grande complicador. Felizmente, estudos da neurociência estão começando a derrubar essas crenças. Entretanto, é necessário investir em formação docente para preparar os professores a atuar de outra forma em sala de aula”, reflete a especialista.
Leia a entrevista na íntegra com Maria Amabile Mansutti.
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