Ciência e Diversidade: inovação que resgata ancestralidade e olha para o futuro
Novo espaço virtual do Solve for Tomorrow reúne diversos materiais voltados para as relações étnico-raciais nas áreas de Ciências da Natureza e de Matemática; saiba mais
Por Stephanie Kim Abe
Desde a promulgação da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira em todas as escolas de educação básica no Brasil, são cada vez maiores os esforços para conseguir incluir de fato essa temática no currículo escolar e nas práticas pedagógicas como um todo.
A princípio, essas ações se concentraram na inclusão da temática em disciplinas específicas, como História e Artes. Mas sabemos que as contribuições e a produção de conhecimento do continente africano perpassam diversas áreas — ou não sabemos?
Não seria de se espantar que muitas pessoas não saibam disso. Afinal, o currículo brasileiro sempre adotou uma perspectiva eurocêntrica, tal como explica Bárbara Carine, mestre e doutora em Ensino de Química e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em sua participação no TEDxGoiânia realizado em outubro de 2020:
Muito certamente, nos espaços acadêmicos e escolares que vocês frequentaram, vocês acessaram uma historiografia única, que coloca a origem de todas as formas de racionalidade na civilização grega, na Grécia Antiga (…). E o mais doido de isso tudo é que não questionamos, não problematizamos”.
Bárbara Carine
Seria o “milagre grego”, ou seja, a ideia de que todo o conhecimento científico teria originado com essa civilização, desconsiderando toda a produção e cultura dos demais povos da chamada Antiguidade, de diferentes lugares do mundo. A professora recorda, por exemplo, o avanço das técnicas e dos conhecimentos químicos da civilização egípcia ao embalsamar e mumificar corpos.
Foi pensando na importância de evidenciar outras perspectivas culturais e históricas do conhecimento científico que o programa Solve for Tomorrow — iniciativa global de Cidadania Corporativa da Samsung, com coordenação geral do Cenpec no país — resolveu criar o espaço virtual Ciência e Diversidade.
Aberto para todos e todas, não apenas para as(os) participantes do programa, o espaço reúne diversos materiais em formato multimidiático, tais como entrevistas, filmes, artigos científicos, indicações de livros e podcasts, que visibilizam as relações étnico-raciais no contexto de ensino-aprendizagem nas áreas das Ciências da Natureza e da Matemática e suas Tecnologias.
A professora Bárbara Carine, responsável por toda a curadoria, explica que:
Representatividade importa
Os materiais e links estão distribuídos em quatro áreas temáticas: Ciências, Tecnologia e Arte, Ensino de Ciências, Descolonizando as Ciências e Mulheres nas Ciências.
Juliana Gonçalves, técnica de projetos do Cenpec que integra a equipe do Solve for Tomorrow Brasil, reforça que os conteúdos curados são de interesse tanto das(os) professoras(es) quanto das(os) alunas(os):
Nós vivemos um currículo tão eurocentrado que muitas vezes essas produções ricas não chegam ao conhecimento dos alunos e dos professores. Queremos que todos se sintam representados e se reconheçam nesses materiais — e, por consequência, se reconheçam também no Solve for Tomorrow”.
Juliana Gonçalves
O programa Solve for Tomorrow estimula estudantes e docentes da rede pública a desenvolverem soluções para demandas locais usando a abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
A proposta do STEM é despertar o interesse dos estudantes por essas áreas do conhecimento, de modo que as carreiras científicas e tecnológicas sejam alguns de seus possíveis projetos de vida. Três iniciativas são premiadas pela banca julgadora da premiação e outras três pelo Júri Popular.
Além dos materiais didáticos e acadêmicos, há vídeos e também indicações de perfis nas redes sociais de pesquisadoras(es) e coletivos negras(os) que tratam dessas temáticas de uma forma mais dinâmica e mais interessante para o público jovem.
Durante o webinar Por que a ciência precisa de diversidade e como melhorar a prática docente?, que marcou o lançamento do espaço Ciência e Diversidade, a jornalista e mediadora Elisangela Fernandes ressaltou a importância das(os) docentes incentivarem suas(seus) estudantes a seguirem carreiras em ciência e tecnologia – passo fundamental para que as universidades e os institutos de pesquisa se tornem lugares mais diversos.
“Metade da população brasileira é negra, e metade dessas pessoas são mulheres. Sectarizar e excluir essa parte da população é deixar metade do país subdesenvolvida. Que país consegue alcançar o desenvolvimento dessa forma?”, apontou a professora Sonia Guimarães, primeira mulher negra doutora em Física no Brasil e a primeira docente negra no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), convidada do evento.
“Hoje mesmo ouvi que o ITA ‘não é para todos’ e que eu não deveria interpretar isso como exclusão. Mas ao restringir dessa forma, você diminui a possibilidade de desenvolvimento. Os lugares são, sim, para todos os tipos de pessoas, com todas as suas ideias”, complementa Sonia.
“Convidamos todos os professores e estudantes a fazerem uma navegação mais autonôma e ir encontrando materiais que eles acham mais interessante, que dialogam mais com as suas práticas, os seus interesses, os seus territórios”, diz Juliana.
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