Podem participar qualquer educadora(r), pesquisadora(r), organização da sociedade civil, coletivo, movimento social e profissional da educação que atua na educação básica no Brasil (da educação infantil à Educação de Jovens e Adultos), que já tenha realizado alguma iniciativa escolar de promoção da igualdade de gênero.
Pode ser uma proposta de plano de atividade ou prática cotidiana, um plano de aula, uma sequência didática, ou até mesmo um relato de experiência sobre a temática.
Barbara de Oliveira Lopes, coordenadora do projeto Gênero e Educação pela Ação Educativa, explica que os objetivos da iniciativa são:
Queremos valorizar o que já acontece nas escolas, porque sabemos que existem muitas professoras e professores que já estão abordando a questão de gênero na prática e que precisam ser valorizadas e reconhecidas. E estimular que outras(os) profissionais – alguns que pensam nisso, outros que não – também realizem essas práticas, ao ver que elas acontecem e ter acesso a esses instrumentos e experiências”.
Barbara de Oliveira Lopes
Atualmente em sua 3a edição, o edital busca este ano priorizar experiências que contribuam para a implementação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008.
As autoras e autores das dez propostas selecionadas para o Reconhecimento Público também ganharão uma bolsa para realizar algum curso no Centro de Formação Educação Popular e Direitos Humanos da Ação Educativa e receberão vales-livros da Livraria Africanidades.
Confira abaixo a entrevista com Barbara Lopes, detalhando a importância dessa iniciativa e de dar visibilidade a diferentes experiências.
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Portal Cenpec: O último edital, que saiu em 2021, era voltado para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e para Educação Infantil (EI). Qual o foco desta 3a edição?
Barbara de Oliveira Lopes: Nesta 3a edição, estamos abrangendo todas as etapas e modalidades da educação básica. Mas estamos vinculando o edital ao Ciclo comemorativo – 20 anos da alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) pela Lei 10.639.
Então estamos valorizando principalmente as propostas que contribuam para a implementação e efetivação da lei, que debatam gênero e raça de forma articulada, interseccional, com o objetivo de enfrentar o racismo e o sexismo.
Portal Cenpec: Por que essa perspectiva interseccional é importante e ajuda no combate às desigualdades educacionais?
Barbara: Sabemos que, na verdade, é muito difícil, quase impossível tratar dessas dimensões de uma forma separada. Quando falamos de gênero, é importante lembrar que ele se materializa em corpos que são racializados. Ou seja, temos a desigualdade entre homens e mulheres, e temos também desigualdades entre os próprios homens e entre as próprias mulheres.
Não considerar isso – que significa tratar dessas categorias de forma universal –, seria ir no sentido oposto ao que propomos com relação às atividades pedagógicas para igualdade de gênero.
Pensar gênero é também pensar em como essas desigualdades vão se articulando umas às outras.
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Portal Cenpec: Por que é importante dar visibilidade a essas propostas?
Barbara: Nós temos dois grandes objetivos com esse edital. Primeiro, valorizar o que já acontece nas escolas, porque sabemos que existem muitas professoras e professores que já estão abordando as questões na prática e que precisa ser valorizado e reconhecido. O outro é estimular que outras(os) profissionais – alguns que pensam nisso, outros que não – também realizem essas práticas, ao ver que elas acontecem e ter acesso a esses instrumentos e experiências.
Infelizmente, uma das grandes conquistas do movimento ultraconservador dos últimos anos foi a imposição da autocensura. Sabemos que há muitas professoras e professores que ficam com medo de abordar questões relacionadas a gênero e raça, justamente por medo de ameaças e perseguições.
Entendemos que o edital ajuda a romper esse ciclo da autocensura, porque quanto mais pessoas falam e expõem o que fazem, mais encorajadas as outras pessoas se sentem para também falar e se posicionar.
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💡 População defende abordagem das questões de gênero nas escolas
Apesar do movimento ultraconservador, a pesquisa nacional Educação, Valores e Direitos revelou que há sim apoio popular pela abordagem das questões de gênero nas escolas.
De acordo com ela, 93% das(os) brasileiras(os) acreditam que as escolas precisam ensinar meninos a dividirem com meninas e mulheres as tarefas de casa e 88% dizem ser importante que as escolas discutam as desigualdades entre homens e mulheres.
Com relação à afirmação de que as escolas devem promover o direito das pessoas viverem livremente sua sexualidade, sejam elas heterossexuais ou LGBTs, a concordância foi de 81%.
A pesquisa, coordenada pelo Cenpec e pela Ação Educativa e realizada pelo Centro de Estudos em Opinião Pública (Cesop/Unicamp) e Instituto Datafolha, entrevistou 2.090 pessoas em todo o país sobre questões consideradas polêmicas relativas à política educacional, entre elas a abordagem de questões relacionadas à educação em gênero e sexualidade. A realização da pesquisa contou com recursos do Fundo Malala.
Portal Cenpec: O Banco de Planos de Aulas no site Gênero e Educação já tem 146 propostas, resultado dos editais anteriores. O que mais tem surpreendido vocês com relação às propostas que vocês têm recebido nese projeto?
Barbara: Esse processo tem sido super enriquecedor. A 2a edição do edital serviu para nos mostrar que não existe um momento certo para falar sobre gênero e educação. Há pessoas que dizem que não é possível abordar esse assunto na educação infantil, por exemplo. Mas recebemos várias propostas que mostram como é possível sim abordar de uma forma adequada a questão de gênero, considerando as especificidades da faixa etária.
A mesma coisa acontece com a EJA, só que por outro viés. Há pessoas que acreditam que não precisamos tratar dessa temática com jovens e adultos, que já são formados, estão em outro momento da vida e que o assunto já não é tão importante. E, no edital, tivemos a submissão de propostas muito interessantes para essa modalidade também – assim como experiências e projetos adaptados para a educação escolar quilombola, indígena etc.
Ou seja, existem, de fato, muitas formas de fazer esse debate, em diferentes contextos. Tem sido muito interessante e um grande aprendizado conhecer essas propostas pedagógicas e também os relatos de experiências de professores que mostram como lidam com situações relacionadas à gênero no cotidiano escolar.
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