Travessias literárias pelas águas amazônicas

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Travessias literárias pelas águas amazônicas

Em seu artigo, Maria Regina Figueiredo Horta, uma das assessoras do Especial Literatura na escola, narra como sua visão sobre a região e seus habitantes mudou por meio de diferentes leituras e das viagens que fez ao local. Publicado originalmente na Plataforma do Letramento.

Artigo de Maria Regina Figueiredo Horta*

Maria Regina Figueiredo Horta, uma das assessoras do Especial Literatura na escola, publicado originalmente na Plataforma do Letramento, em 2017, conta a realização de um sonho pessoal: conhecer a Amazônia. Sua aproximação a essa região tão visada nacional e internacionalmente por suas riquezas naturais se deu por meio da literatura. Ao longo do texto, a autora narra como sua visão sobre a região e seus habitantes mudou por meio de diferentes leituras e das viagens que fez ao local.

Imagem de crianças indígenas em frente a um livro.

Ainda na infância, o olhar que tinha da região como um mundo mágico coberto por águas sem fim era alimentado pela leitura de mitos e lendas regionais recontados por Monteiro Lobato.

Na adolescência, as leituras escolares trouxeram a temática indígena pela ótica da literatura árcade e romântica, presente nos livros de José de Alencar, por exemplo.

Já na universidade, o véu da idealização se desfez pelo contato com reportagens e análises acadêmicas que denunciavam os graves problemas enfrentados pelas populações indígenas.

A primeira viagem a uma das capitais da Amazônia, Belém (PA), aconteceu na década de 1970, quando a imagem formada por diversas camadas de leitura se defrontou com a exuberância real de seus rios e de suas matas, assim como os graves problemas sociais da região.

Quatro décadas mais tarde, em 2016, a educadora retornou ao Pará, desta vez como mediadora voluntária, acompanhando um grupo de jovens participantes de um projeto de inclusão do Núcleo Morungaba, associação que trabalha com pessoas com deficiência física ou intelectual, em São Paulo.

Como relata a autora, a viagem aconteceu na mesma ocasião em que estava elaborando as atividades do Especial Literatura na escola (imagem abaixo). Foi, assim, inevitável associar os locais visitados a obras que têm como cenário a região Norte e estão presentes naquele material: I Juca Pirama, do maranhense Gonçalves Dias, Meu vô Apolinário, do paraense Daniel Munduruku, Contos amazônicos, de Inglês de Sousa, Amazonas – águas, pássaros, seres e milagres, do poeta amazonense Thiago de Mello, e Dois irmãos, de Milton Hatoum.


Capa do Especial Literatura na Escola, publicado originalmente em 2017 na Plataforma do Letramento.
Capa do Especial Literatura na Escola, publicado originalmente em 2017 na Plataforma do Letramento. Clique aqui para acessar.

Maria Regina conta as ricas experiências vividas durante a viagem, entre elas visitar comunidades ribeirinhas inseridas na Reserva Extrativista de Tapajós-Arapiuns, conhecer Maria Odila Godinho, líder local que recebeu o título de Guardiã da Floresta, e presenciar o trabalho de cooperativas que desenvolvem atividades econômicas sustentáveis.

Outra experiência memorável foi participar de rodas de leitura e conversa com moradores dessas comunidades, às margens do rio Arapiuns, ouvindo os sons da natureza, sentados em círculo em pequenos bancos de madeira ou no chão de terra batida, entregues à escuta dos belos poemas de Thiago de Mello sobre os mitos amazônicos.


Confira a íntegra do artigo “Travessias literárias pelas águas amazônicas”


* Sobre a autora: Maria Regina Figueiredo Horta é licenciada em Letras e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professora da rede pública e particular, atuando no ciclo II do Ensino Fundamental, no Ensino Médio e na educação superior.

Referência: HORTA, Maria Regina Figueiredo. “Travessias literárias pelas águas amazônicas”. São Paulo: Plataforma do Letramento, mar. 2017.


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