Videodicas: memórias literárias começam com escuta e afeto

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Videodicas: memórias literárias começam com escuta e afeto

A artista da cena Sandra Lessa compartilha suas lembranças e dicas de como transformar histórias de vida em narrativa envolvente e poética

Por Stephanie Kim Abe

Quando se propõe a trabalhar o gênero memórias literárias, a Olimpíada de Língua Portuguesa busca resgatar a história do local onde as pessoas vivem por meio das lembranças de seus habitantes mais velhos. Fazer esse exercício parece fácil, mas requer todo um processo de diálogo, de planejamento e de escrita – que às vezes é difícil para o(a) educador(a) transmitir em sala de aula. 

19/05] Narrativas Adormecidas: OutrosRetratos – com Sandra Lessa
Foto: reprodução

Para ajudar os(as) docentes nessa empreitada, o concurso convidou a artista de cena Sandra Lessa para dar dicas em vídeo sobre como fazer esse resgate. Para ela:

Todo processo começa com a escuta. E essa palavra ‘escuta’ envolve todo o procedimento: da escrita, e depois da narrativa, seja qual for a construção artística que nós faremos com essa narrativa.”

Sandra Lessa

A artista tem conhecimento de causa. Ela mostra os cadernos de fotografias da sua família que foi coletando ao longo do tempo e conta um pouco da sua biografia, com um viés poético, para mostrar como ela desenvolve o seu trabalho com memória.  

Ela chama atenção para a necessidade de “estabelecer um diálogo de coração com o outro” e de entender que as memórias também versam sobre identidade. E conta como ela faz para registrar as potências do encontro – não só os fatos narrados, mas também as sensações, as roupas que a pessoa estava usando, o lugar onde estavam etc. “Da escuta pode brotar um encontro cheio de poesias, possibilidades”, diz ela.

Maria Aparecida Laginestra, coordenadora do Programa Escrevendo o Futuro, destaca a importância dessas dicas para quem está na sala de aula:

Maria Aparecida Laginestra
Foto: reprodução

Sandra fala de como a família se conecta pela arte, pelo teatro, do caminhão do avô que virava palco, da importância da memória afetiva (dos sabores, dos cheiros, das músicas, das fotos. Isso tudo traz para o(a) professor(a) recursos para ele pensar na importância da escuta, no respeito ao(à) entrevistado(a) e no processo de escrever o texto – que precisa agarrar o(a) leitor(a), com uma pitada de poesia, lirismo, afeto.”

Maria Aparecida Laginestra

Assista ao vídeo completo abaixo:


Vídeos da Olimpíada de Língua Portuguesa

Essas produções audiovisuais fazem parte da série de cinco vídeos que tratam de diferentes gêneros e foram produzidos e lançados pela Olimpíada de Língua Portuguesa no começo deste mês. 

No concurso, iniciativa do Itaú Social com coordenação técnica do Cenpec, docentes participantes trabalham com cada ano ou série um tipo de gênero: 5º ano do Ensino Fundamental trabalha com poema; 6º e 7º anos com Memórias literárias; 8º e 9º anos com crônica; 1ª e 2ª séries do Ensino Médio com Documentário e, por fim, o Artigo de Opinião com a 3ª série. 

Em cada um dos vídeos, que têm até 13 minutos, um(a) convidado(a) especial traz as suas experiências pessoais, dicas e discussões sobre a produção de textos de cada um dos gêneros tratados. Os vídeos estão sendo divulgados semanalmente aqui no Portal Cenpec.

Veja abaixo:

Assista aos vídeos com recursos de acessibilidade


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