- Tamara Castro
Por Stephanie Kim Abe
Lembro a primeira vez que vi na internet alguém usando a palavra “todxs”. Estranhei, não sabia pronunciar e cheguei a fazer chacota sobre. Isso faz já uns três anos. Eu nunca usei esse tipo de marcação, mas depois de um tempo, comecei a usar o “@” ao final de alguns substantivos, como “querid@s”, para não demarcar apenas o genérico masculino. Hoje em dia, tenho visto essas formas abandonadas e problematizadas – pelo fato, por exemplo, de não trazerem leitura e entendimento a pessoas com deficiência visual, que se utilizam de softwares de leitura de tela para navegar na rede.
As formas mudaram, mas a ideia de um sistema gramatical que não demarque o gênero continua. É cada vez maior o uso, por exemplo, do “e” no final desses mesmos substantivos (“querides”, “amigues”, “todes”), além de mudanças em pronomes (como o “ile” e “aquile”, correspondente a ele/ela e aquilo/aquela). Há guias e manuais que circulam na internet que explicariam essas mudanças, referido como “Sistema ile”. Alguns chamam de linguagem neutra, outros de linguagem não binária, ou neolinguagem.
À primeira vista, essas palavras parecem estranhas. Muitas perguntas vêm à cabeça sobre o assunto: são realmente necessárias? Quem está propondo essas mudanças? Pra quê? Vou ter que ensinar essa forma para minha turma? Onde me informo sobre isso? Essas são algumas das questões que tratamos a seguir.
A linguagem não é neutra
Para Raquel Freitag, doutora em Linguística e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Sergipe, é preciso primeiro entender que “linguagem neutra” é um termo equivocado:
Toda vez que qualquer pessoa abre a boca ela já diz quem ela é. Mesmo sem dizer explicitamente, ela dá pistas de onde vem, de qual a sua idade, do perfil social ao qual ela pertence. A linguagem neutra, portanto, não existe.”
Raquel Freitag
A especialista prefere chamar essas propostas de linguagem não binária ou neolinguagem, e elas atendem a um fenômeno emergente de regularização de uma marca para identificação não binária de gênero.
Na língua portuguesa, encaramos o masculino como universal ou como a não marcação de gênero. Por exemplo, quando falamos “professores”, poderíamos incluir também professoras. É por isso que muitas pessoas dizem que a língua portuguesa é machista ou sexista. Para Raquel, a língua não está dissociada da realidade e, na verdade, reflete a sociedade.
A pergunta que a gente tem que fazer é: a nossa sociedade é sexista? Se for, a língua vai refletir isso.”
Raquel Freitag
Mas onde se encaixariam as pessoas não binárias, que não se identificam nem com o masculino, nem com o feminino? A ideia da linguagem não binária, portanto, não seria neutralizar os gêneros, mas trazer uma língua mais inclusiva, atendendo a uma demanda de representatividade da comunidade LGBTQIA+.
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A linguagem que as instituições usam
Raquel Freitag conta que o estudo da linguagem não binária não vem de agora e tampouco é exclusivo da língua portuguesa, mas tem se popularizado mais com a emergência do seu uso na internet.
Em algumas redes sociais, já existe um espaço específico para quem quiser indicar por qual pronome prefere ser tratada(o). No LinkedIn, por exemplo, rede social voltada para negócios e relacionamentos profissionais, é possível ler na página de ajuda sobre Como utilizar pronomes de gênero no LinkedIn:
Estamos empenhados em construir uma plataforma mais diversa e inclusiva, e os pronomes de gênero desempenham um papel importante na criação de uma comunidade acolhedora para usuários de todas as identidades de gênero.”
LinkedIn
Os críticos dizem que essa linguagem não tem adesão ou legitimidade. Mas a professora Raquel discorda:
A partir do momento que um falante da língua usa esse recurso para determinado propósito comunicativo, ele é legítimo. Ou seja, o uso legitima a forma. E a partir do momento que esse uso passa a ter a adesão dos pares, de outras pessoas, ele está indo no caminho da regularização.”
Raquel Freitag
Para a linguista, um grande passo para esse processo foi o uso dessas marcações na reportagem Pessoas não binárias buscam Justiça para banir informação sobre sexo biológico dos documentos, de maio de 2021, da Folha de S. Paulo, ao se referir a três pessoas não binárias entrevistadas. “Pra mim, quando um jornal desse porte adota essa postura, ele sinaliza que a forma é legitimada por cima. Ela está a um passo de ser pontuada e entrar em um compêndio gramatical”, diz Raquel.
O reconhecimento por instituições renomadas também é importante. No dia 29 de junho, o Museu da Língua Portuguesa (MLP) promoveu a live “Linguagem neutra/não binária” para discutir o assunto, com Jonas Maria, educador e youtuber, e Renata Beltrão, assessora de Comunicação do MLP.
Veja a live abaixo:
A língua é viva
Fazer um passeio no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), que reabre no dia 31 de julho após ficar fechado para reconstrução desde dezembro de 2015, é uma maneira incrível de entender a história da nossa língua materna e perceber que processos de mudança na língua portuguesa sempre aconteceram.
Quando o assunto é a grafia das palavras, elas ocorrem com as reformas ortográficas pela quais a língua portuguesa tem passado. A substituição do “f” no lugar do “ph” em palavras como “farmácia” ocorreu em 1943. Com o novo acordo ortográfico, cujas regras passaram a ser obrigatórias em 2016, eliminamos o trema (“tranquilo”) e o uso do hífen em algumas palavras (“autoestrada” e “dia a dia”).
Mas também existem variações que não são apenas uma questão de ortografia, mas de uso da língua em diferentes contextos. Um dos termos mais icônicos do português é o clássico “vossa mercê”, que virou “vosmecê” e, com o passar dos anos, foi sendo reduzido até o atual “você”.
É comum a resistência a essas mudanças. Há 10 anos, o livro didático Por uma vida melhor causou polêmica ao trabalhar a questão da variação linguística na Educação de Jovens e Adultos (EJA). O material, que foi distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), trazia frases com erros de concordância contextualizados para explicar a diferença da norma culta e a norma falada – como “nós pega o peixe”.
A sociedade, por estar tão distante da discussão sobre o currículo e o que tem sido ensinado nas escolas, desconhecia que a diversidade linguística estava presente e entendeu o material como ‘o MEC ensina a falar errado’. Mas os nossos parâmetros curriculares são taxativos: é papel da escola propiciar conhecimento da diversidade de linguagens e reconhecer que a variação linguística é um fenômeno que constitui a linguagem humana, que estabelece relações de poder, que reflete formas de dominação na sociedade e que reflete preconceito.”
Raquel Freitag.
Linguagem é identidade
Ano passado, para explorar o tema de movimentos e direitos sociais na aula de Sociologia, a turma do 2º ano do ensino médio da professora Pâmela Esteves se dividiu em grupos, para que cada um abordasse um movimento social à sua escolha. A sugestão partiu de uma aluna e a turma aderiu à ideia, animadas(os) – algo difícil de se alcançar em um contexto de aula on-line. Pâmela escreveu a proposta, que foi apresentada para a coordenação e aprovada.
Um grupo falou sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), outro do movimento negro. Outra aula foi sobre o movimento feminista. O grupo que escolheu abordar o movimento LGBTQIA+ se apoiou em uma apresentação cuja escrita usava como marcador de linguagem não binária o “x” para substituir as vogais finais (como “todxs”, “elxs”).
No relato da professora:
A aula estava muito interessante. Todas as meninas do grupo estavam engajadas, e até os meninos estavam fazendo perguntas. Alguns questionaram o porquê do uso do ‘x’; outros, como a língua portuguesa lidava com essa mudança e por que isso era importante. Foram todas perguntas que levavam a uma discussão de alto nível, nada como se o que estava sendo apresentado por elas fosse uma palhaçada.”
Pâmela Esteves
A supervisão da escola, porém, não concordou com a abordagem do tema e ligou para Pâmela no meio da aula. Eles pediram que o trabalho fosse interrompido, pois “não representaria os valores da escola, que trabalha com meninos e meninas”. A professora conta que demorou para entender o que supervisora estava tentando dizer:
Eu expliquei de novo que elas estavam apresentando um trabalho sobre um movimento social que luta pelo reconhecimento de identidades sexuais, e ela disse que não, que elas estavam apresentando um monte de promiscuidade. Foi então que a ficha caiu, e eu pude entender que era uma questão de preconceito contra as questões de gênero e sexualidade.”
Pâmela Esteves
Pâmela acabou sendo desligada dessa escola particular no Rio de Janeiro, por divergência pedagógica e de visão sobre o real papel da instituição escolar, após conversar com a coordenação pedagógica. Ela trabalhava na escola há quatro anos.
Pâmela, que também é professora de Sociologia do Departamento de educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), reflete:
Ficou muito clara a minha insatisfação com a interrupção da aula. Quando conversamos, eu expliquei que, pra mim, a escola é uma instituição de emancipação. Eu ensino os meus alunos que o Estado ou quem quer que seja não tem direito nenhum de dizer quem eu escolho para ser feliz ao meu lado, desde que eu cumpra com os meus deveres de cidadã. Se a escola acredita que isso não é um valor a ser ensinado e transmitido, a gente realmente não fala a mesma língua.”
Pâmela Esteves
Ainda que sejam questões relacionadas a identidade e diversidade, vale lembrar que gênero e sexualidade são coisas diferentes. Identidade de gênero refere-se a identificação ou não da pessoa com o sexo (masculino ou feminino) que lhe foi atribuído no nascimento. Quando ela se identifica, ela é cisgênera (ou “cis”). Quando não, ela é transgênera (“trans”).
As pessoas não binárias podem ter qualquer orientação sexual, que se refere à atração sexual ou afetiva em relação a outras pessoas (homossexual, bissexual, assexual etc).
Para Cin Falchi, professore da rede estadual de São Paulo e da rede municipal de Educação de Marília (SP), o debate da linguagem estar tão presente hoje em dia é importante. Ao mesmo tempo, é uma tristeza ter que reafirmar a necessidade de adaptar a língua para se sentir representade por ela:
O que nós, população trans, buscamos é deixar de ser apagades. Fazemos uma discussão de linguagem como se houvesse a possibilidade de uma população escolher a existência ou não de outras pessoas. Quando falamos de linguagem, falamos sobre reconhecimento e sobre identidade. Existe uma quantidade expressiva de pessoas evidenciando que não conseguem se moldar ao feminino e ao masculino. Não estamos apagando homens e mulheres, mas seria extremamente justo que a nossa linguagem refletisse a nossa existência também.”
Cin Falchi
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Da educação infantil ao ensino médio
Pâmela chegou a enviar para a coordenação da instituição onde o episódio aconteceu documentos e legislações que mostram que a questão de gênero e de diversidade deve ser discutida na escola.
A abordagem da questão da identidade de gênero e da sexualidade na escola está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e muitas outras legislações brasileiras, como o Plano Nacional de Educação (PNE). A variação linguística e a diversidade de uso e práticas da linguagem também estão previstas na BNCC, desde a educação infantil ao ensino médio.
Raquel Freitag explica:
A perspectiva que a BNCC aborda para o ensino da língua é o ensino da língua plural, pautada na diversidade, no respeito e no reconhecimento. Ela é muito clara em dizer que as variantes linguísticas devem ter espaço e ser legitimadas na escola, já na Educação Infantil. No Ensino Fundamental, é direito de aprendizagem do aluno compreender a dimensão variável, social e histórica da língua. Então ele precisa refletir sobre as escolhas linguísticas que faz, em relação aos seus interlocutores, analisar aspectos linguísticos de novas formas etc.”
Raquel Freitag
Em suas aulas para turmas de Educação Infantil, Cin Falchi tem esse cuidado na linguagem de não reforçar o binarismo ao se comunicar com as crianças.
Eu busco trocar qualquer pronome masculino por interconexões de pessoas. Em vez de falar ‘os alunos’, eu falo ‘as crianças’ ou ‘estudantes’. Também não uso expressões como ‘você tá chorando, parece uma menininha’, que reforça um estereótipo. Assim, eu já estou trabalhando a desconstrução do machismo na linguagem.”
Cin Falchi
Para ile, o uso da linguagem não binária também é possível, de forma lúdica e contextualizada, e faz parte de uma introdução maior de referências diversas ao universo da criança – como a de bonecas brancas, negras e indígenas ou de histórias e cantigas que reflitam diferentes culturas. Mas ele não pode ser taxativo, muito pelo contrário:
“Quando eu falo algo que as crianças não entendem, elas questionam. ‘O que você está falando?’. ‘Eu estou falando de todo mundo, de todes’. É possível fazer esse uso. Na Educação Infantil, fazemos introdução de vocabulário, então é preciso que essa articulação seja muito bem pensada, para não atrapalhar um processo de alfabetização no Ensino Fundamental”, explica Cin.
João Gomes Luiz, professor de Língua Portuguesa e Literatura da Escola de Ensino Médio (EEM) Dr. César Cals, em Fortaleza (CE), trabalha a linguagem não binária com estudantes das suas turmas de 1º e 3º ano do ensino médio.
A juventude costuma estar mais acostumada ao debate sobre questões de gênero e identidade sexual, já que vivem muitas dessas questões na pele. Muitas vezes, dado que estão imersos no mundo das redes sociais onde a linguagem não binária tem sido muito utilizada, são os(as) estudantes que trazem questionamentos sobre essas marcações pra sala de aula. Em outras, o debate que acontece em classe é que ensina aos(às) adolescentes que essa temática existe.
João costuma saudar a classe com um “Bom dia a todos, todas e todes” e apresentar pontos polêmicos sobre o seu uso, contextualizando e levando em consideração as necessidades de sua turma:
Eu explico que não é colocar um ‘e’ ou um ‘x’ ou um ‘@’ em todas as palavras, mas quando há marcação de gênero, em substantivos, adjetivos e pronomes. Eu gosto de fazer da minha sala de aula um campo de descobertas e não me abster dessas discussões da realidade e de questões sociais. Mas também entendo que os meus alunos estão se preparando para o Enem, querem e precisam escrever bem para ter uma boa nota na redação. Eu, como professor de língua portuguesa, entendo muito bem que eles não podem utilizar a linguagem não binária na redação, que é uma prova oficial e que pede o uso da gramática normativa.”
João Gomes Luiz
A linguísta Raquel Freitag concorda com essa premissa e ressalta que qualquer tentativa de imposição de alguma forma ou marcação da língua é negativa. Para que a escola seja inclusiva, ela defende que o primeiro passo seja promover a discussão:
Não é o caso de docentes ensinarem como utilizar os pronomes não binários ou se ater a gramatiquices e manuais dessa neolinguagem. O professor deve trazer isso pra sala de aula e refletir sobre os seus usos: em que contexto posso usá-los? O que acontece quando eu uso uma forma binária com uma pessoa que não se identifica como binária? Ele deve instigar a reflexão sobre o porquê dessas formas estarem emergindo – que é para representar grupos que não querem que apenas troquemos as letras, mas que querem respeito.”
Raquel Freitag
A linguagem que a gestão apoia
A EEM Dr. César Cals, em Fortaleza (CE), tem uma abordagem completamente diferente da escola do Rio de Janeiro. A instituição tem diversos projetos que trabalham a questão da diversidade e outros temas tidos como polêmicos, como a disciplina NTPPS: Núcleo de trabalho, pesquisa e práticas sociais, que existe em outras escolas estaduais, e o projeto Poesie-se, um coletivo de performances artísticas.
Lúcia de Fátima dos Santos Sasso, coordenadora pedagógica que trabalha há 12 anos na EEM Dr. César Cals, explica:
Eu dei o pontapé inicial no Poesie-se porque há muito tempo queria fazer um projeto na escola que trabalhasse essas temáticas urgentes que, por conta de tanta desinformação, discriminação e preconceito, afetam as pessoas trans, negras e aquelas ditas marginalizadas.”
Lúcia Sasso
Saber que a gestão escolar está aberta a esses debates que envolvem a juventude tem sido fundamental não só para que o professor João Gomes Luiz trabalhe questões como a linguagem não binária em sala de aula, mas se sinta acolhido e respeitado por sua própria identidade trans.
Para ele, alguns pequenos gestos da direção escolar podem ter grandes significados:
Mês passado, fizemos um sarau virtual, transmitido pelo YouTube, que contou com estudante artistas e de fora da instituição. Em um certo momento, vi a página oficial da escola comentar: ‘boa noite a todes’. Esse uso da linguagem não binária publicamente indica uma postura da escola, que eles estão entrando em um debate de respeito. Achei muito bacana isso, que pode ser um detalhe, mas mostra que, quando a gente está aberto a ouvir o outro, mudanças ocorrem e a sala de aula vira o espaço de revolução que ela deve ser.”
João Gomes Luiz
Esse tipo de postura da gestão escolar traz um posicionamento claro tanto para estudantes quanto comunidade escolar em geral que não há espaço para preconceitos na instituição. Enquanto a juventude costuma não demonstrar aversão ou dificuldades para tratar das questões de gênero e sexualidade em sala de aula, com os familiares é preciso quebrar mais barreiras.
A coordenadora Lúcia lida com essas questões diariamente e acredita que é tudo um processo:
Trazer os pais para esse debate é um desafio que ainda temos um longo caminho a percorrer. Eles nem têm culpa, porque a maioria vem de uma geração que vê a comunidade LGBTQIA+ como uma aberração, pecado ou doença. Além disso, as famílias têm crenças diferenciadas. A maior barreira é desconstruir todo esse pensamento que as famílias carregam. É uma luta e ainda estamos engatinhando. Nada se constrói do dia pra noite.”
Lúcia Sasso
A formação continuada é necessária para garantir que esse tema seja abordado nas escolas pelo corpo docente. Quando perguntada sobre como a escola faz para trabalhar temas tão espinhosos, Lúcia explica:
Tudo começa com um diálogo. A coordenação e a direção escolar precisam, primeiro, escutar; segundo, acolher; terceiro, respeitar. Se não tiver escuta, acolhimento e respeito, você pode trazer o profissional mais capacitado que for que nada vai mudar, porque a turma não foi preparada, a comunidade escolar não concorda, o corpo docente não entende.”
Lúcia Sasso
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